quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

#Empatia

Um post sobre o que deveria ser um cartão de Natal.

Eu adoro o significado de empatia. Aliás, eu adoro tudo o que não se explica. Simples. Foi assim. Empatia é assim. Ela é assim. Diferente, surpreendente, indecifrável. Daquelas que se revelam aos poucos e sempre mais, sem que nunca falte "mais um pouco". Daquelas que só se percebe facilmente que, conhecer o que se esconde atrás daqueles olhos azuis, não tem absolutamente nada de fácil.

#Contagem Regressiva



Gente, ócio criativo me deixa louca. Louca mesmo. Tá, sei que reclamo quilômetros de tanto trabalho, de correria, de exaustão mental, mas que OSSO que é ficar aqui, sentadinha, bela e formosa, sem absolutamente nada pra fazer. Não tem facebook, twitter, e-mail, tumblr ou blog que segure a vontade de estar lá fora curtindo uma praia ou mesmo uma piscina. Tá, podia ser só arrumando tudo que eu tenho que arrumar pra viajar amanhã e que, pra variar, deixei pra última hora. A maníaca por listas aqui tá se segurando pra não fazer uma lista de tudo que tem que arrumar e levar. To achando lindo que eu vou sair pra uma "viagem de férias em família". Cara, isso soa tão fofamente clichê e eu não lembro quando foi a última vez que isso aconteceu. E mais louco é pensar que, bom, vou pisar em casa de novo só em 2012. U-hul!

Tá, tudo bem, vai. Hoje é o último dia de trabalho do ano e isso, de certa forma, me enche de orgulho. Encerro o ano com um sorriso no rosto, o TCC entregue, matrícula na aula de canto e violão, uma mesa na Free (que vai estar me esperando voltar no ano que vem), outras coisitxas mais e uma realização que não tem preço.

#Sex










Ri alto.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

#Secret

Eu continuo acreditando em sintonia. Acreditando em pensamentos cruzados, em mentes conectadas. Acreditando em carinho, em bem-querer, em admiração e desejos profundos de felicidade. Continuo acreditando em torcida silenciosa, em noites de oração, em cuidado zelado, em boas vibrações. Acreditando em caminhada, em evolução, em surpresas e, principalmente, em merecimento. Acreditar em merecimento me leva a crer que posso ficar bem tranquila nesse caso. Me leva a crer que todas aquelas coisas maravilhosas e almejadas realmente estão por vir e isso me deixa feliz. Feliz de verdade.

Eu continuo sabendo o que mágoa significa. Sei o que são dores, machucados, cicatrizes. Conheço os efeitos da decepção, da distância, do espaço e do tempo. As vezes eu engasgo pensando em tudo que não posso dizer. Em como detesto algumas situações e em como é esmagadoramente desagradável a possibilidade de ser mal-entendida diante de tudo isso. E não mal-entendida pelos outros, claro. Veja bem, que se danem os outros.

Nessas horas, talvez eu até devesse me desculpar por isso, mas a única coisa que me consola é saber que as mentes realmente (e irremediavelmente) se conectam. E saber que, no fundo, acabam conversando, sabendo e compreendendo um pouco de tudo o que nunca foi dito. Sabe como é; da gente, só a gente sabe. Sempre foi assim. Espero que ódio, raiva e afins continuem sempre bem longe do vocabulário. Tenho um carinho imenso e me importo sim, sempre me importei e sempre vou me importar. Mesmo que isso ironicamente machuque pra caramba, pouquíssimas "felicidades" no mundo me importam tanto quanto essa, em especial.

#Thanks

#Star

Se eu tentasse explicar, tenho certeza que não entenderiam. Tudo bem, vai. Quantas vezes eu tentei te explicar e você também não conseguia entender. Mas é que, quando eu vi, eu lembrei do quanto fazia frio. Quisera eu ter saído do alojamento com mais um cobertor naquela noite.
Eu tive um dia ruim. Parei e fiquei procurando constelações, sozinha no quintal de casa. Inútil, é claro. Quis te contar que, dia desses, tentaram me ensinar um pouco sobre a disposição das estrelas, seus nomes e características. E que eu parecia uma criança pequena, fascinada com um brinquedo novo e inatingível.
De tudo que eu ouvi, você deve imaginar que guardei poucas coisas. Não por descaso, mas é isso que acontece comigo quando um momento realmente me toca o coração. Guardei que elas eram lindas, brilhantes e me emocionavam profundamente. De resto, já não lembrava de nada.
Fiquei parada, sozinha no quintal de casa. Passei a juntar um punhado daquelas mini-esferas cintilantes e tremeluzentes como bem entendia e nomeá-las ao meu bel prazer. Sorri. Queria te contar que agora eu tenho umonte de constelações. Todas minhas, só minhas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sobre o Ano-Novo

Ser humano é assim, né? Uma graça. O ano ainda nem começou e os planos pra 2012 já estão aí, bombando a mil. Ele ainda nem deu o ar da graça mas já é, de longe, o assunto mais falado do momento. Se bobear, já virou até #TT no twitter. Twitter, quanto tempo. Desviei do assunto. Hoje eu vejo como foi bom ter ficado sem tempo durante 2011 pra planejar o tal 2012. Tinha que ser assim. Bom, eu pretendia (porque, né? Não deu nem tempo de planejar) passar o reveillon no Farol de Santa Marta e definitivamente não deu muito certo. E daí, né? O lugar vai continuar lá e tudo lindo. A verdade? Na atual circunstância o "onde" é o que menos me importa.

#Sex














Feels so good being bad
There's no way I'm turning back
Now the pain is my pleasure, cause nothing could measure

Love is great, love is fine
Out the box, outta line
The affliction of the feeling leaves me wanting more

Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it
Sex in the air, I don't care, I love the smell of it
Sticks and stones may break my bones but chains and whips excite me

Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it.

Sobre o ano velho

"Me sinto em casa em qualquer lugar
Mas sou turista em todos
Sou viajante em qualquer lugar
Sou uma parte do todo."


350 e poucos dias depois, já dá pra chamar 2011 de "ano velho" com gosto, né? É. Mais um ano chega ao fim. 350 e poucos dias depois e, bom, nem parece. Depois de dezenas de cartões, anúncios, e-mails, lembretes, bilhetinhos e códigos de Natal, Ano-Novo, Boas Festas e o escambau, lá vamos nós de novo.
Ninguém vai ganhar cartão. Nisso que dá conviver com uma redatora publicitária. "Feliz Natal e um Próspero Ano-Novo" só se for pra você. Brincadeirinha, claro. Esse ano eu to, inclusive, superando boa parte do meu trauma de Natal. Fato é que eu quase não tenho mais o que falar sobre o assunto. Pra falar a verdade, o reveillon de 2011 ainda parece que foi ontem. Como pode um ano passar tão rápido e não deixar nada nada nada nadinha em seu antigo lugar? Nem meus sonhos e planos ficaram onde estavam. Nem sombra, nem sobra. 2011 tirou tudo do eixo. Desafiou, fez rir, chorar, duvidar, acreditar, aceitar, errar, acertar, magoar, perdoar, mudar, evoluir, aprender. Principalmente aprender.
Não pediria a ninguém pra entender do que eu to falando. Não pediria nem pra tentar. Eu não vou tentar fingir que agora eu sou perfeita, aliás, bem longe disso. Mas agora já lido bem melhor com minhas imperfeições. Aprendi que todos os meus erros e atitudes tortas têm muito de tudo o que eu sou. Tem muito de alguém que faz tudo da melhor forma possível, até então. Já diria uma pessoa especial que eu acabo sendo verdadeira mesmo quando minto. Que sou tão pateticamente imperfeita e transparente que é justamente isso que me torna interessante. Que é justamente isso que acaba fascinando aqueles que têm sede de vida. Quem também leva seus tombos por aí, mas não aceita anestesia. O que fascina é ser humana. Ser feita de sangue, de pele, de coração. Ser feita do que anda raro de se ver hoje em dia. Feita de vida, de olhos sedentos, atentos. Feita da audácia de sonhar alto, infinito e nem ligar. Feita do desejo pelo mundo. Feita do mundo inteiro. Feita de tudo e de todos. Feita da fome de ser e ser sempre mais, sem limites, sem pudores. Feito santa, feito puta. Feita de gargalhadas e feridas, felicidade extrema e choros compulsivos. Tudo sem meio termo. Tudo intenso e eterno, ainda que pelos próximos 15 minutos.
Quem me conhece sabe que calmaria não é pra mim. Sabe que é por trás da leveza dos meus gestos, da doçura da minha voz e da paz do meu sorriso que mora um verdadeiro furacão. Quem conhece sabe que nada é de plástico. Que de uma forma meio torta, tudo se equilibra no final. Tudo bem, eu imagino que a bonança seja realmente muito chata.
Em 2011 eu tive que ser forte. Muito forte. Convenhamos, não é fácil descobrir tantas coisas sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre a vida e sobre você mesma. Sobre você mesma é, de longe, o mais difícil. Em 2011 eu tive que escolher entre o mundo ou o medo. Desafiar meus limites, acreditar em mim mesma. Em 2011 eu tive que continuar sustentando um sorriso doído e baseado apenas na esperança de dias melhores. Na esperança de mais horas pra dormir, mais tempo pra cuidar de mim, mais tempo pra pensar, tempo pra cuidar de quem anda ao meu lado. Não é fácil ter paciência consigo mesma e com o calendário. Não é fácil lidar com a bagunça, com as dúvidas, com o caos. Não é fácil encerrar ciclos e eu tenho sorte de gostar tanto de mudanças. Tenho sorte de gostar do incerto, do frio na barriga: é justamente isso que esse momento significa pra mim. Tudo novo, de novo.
O mundo pela frente e agora um tempo pra colocar tudo em seu devido lugar. Tempo pra dormir, pra organizar as gavetas de casa, da alma e do coração. Tempo pra mim, pra família, pros amigos, pro amor.
2011 bagunçou tudo e ainda andam dizendo por aí que é 2012 que vai ser cabalístico. Sinceramente? Eu acho que vai mesmo. Aposto todas as minhas fichas nisso. Oras, o ano mal começou e eu já to providenciando tudinho pra que seja. Vai.. Eu não sei (e nem quero) que seja de outro jeito.

Aquele bordão "ano novo, vida nova" nunca fez tanto sentido pra mim.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Eu tenho segredos que não conto nem pra mim mesma. Dos meus maiores medos, eu que sei. É, menina, sou eu que sei.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E que NADA de ruim consiga apagar TUDO de bom.



Porque se felicidade explodisse de verdade, pode ter certeza que ontem eu teria explodido. <3

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

#Banca de TCC

"Então essa é a sensação de tirar 10 no TCC?"



Só pra não esquecer desse sorriso.
05/12/11 às 19h.


P.S. Alívio que mal cabe em mim. Agora eu só preciso de uns 3 dias pra dormir.. :)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Chora que as vezes é necessário...
Chora, menina, que as vezes o choro acalma o coração...

#esconderijo

Nesse quarto escuro
Existe um menino assustado
Ele é sozinho
E teme que o mundo encontre o seu cantinho

Entrega ele pra cuidar
Eu sei guardar segredo
Eu sei amar

Não conto pra ninguém
Que esse menino é alguém
De barba e gravata e que esse quarto escuro é sua alma
Eu sei que as vezes exijo demais. Mas me incomoda esses dias em que a minha alma dói profundamente e me vens com palavras rasas, assuntos vazios. Me dói as tuas ausências e os teus silêncios mal colocados, presentes mesmo depois de eu chegar choramingando e falando sobre o quanto "eu tenho precisado de você..." Quando eu sumir é porque cansei de choramingar, de dizer, de doer. Eu canso mesmo e as pessoas continuam sem entender o porque. É mais fácil ficar na minha. É mais saudável não esperar nada de ninguém.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Você já me viu sério, já me viu de porre
Me viu fazendo drama por sua desordem
Mas triste? Isso eu nunca quis que você visse
Os meus olhos sentem a falta dos seus
O meu corpo sente a falta do seu
A minha alma sente a sua falta.

(...)

Mas nada vai fazer com que eu desista
Nada é pra sempre
Eu sei que sou capaz
A vida não é isso, ela é muito mais
Só tenho que dormir de novo, pra sonhar de novo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O mundo desaba numa segunda-feira? Chega, pelo amor de Deus!
Minha mãe sempre diz que tudo vai dar certo no final, eu preciso acreditar que sim.
Gaia, dai-me forças, por favor.

#minha



Se foi feita pra mim, é minha, né? Em todos os sentidos, é claro.
It feels like screaming when no one can hear your scream.

#TCC

A
C
A
B
O
U
!

Basicamente.
- Você sabe que não vão entender, né?
- Sei.
- E percebeu que eles acham que vai dar errado?
- Percebi.
- E sabe que eles acham que é um erro, né?
- Uhum..
- Você tá ligada que a gente vai ter que ralar pra caralho?
- To.
- E ainda assim você quer?
- Quero.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Por quê?
- Porque "tudo" se transforma em "absolutamente nada" quando eu não tenho você do meu lado.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Primeiro eu preciso dormir uma noite e um dia inteiro
Depois, ficar acordada do cair da noite até o dia amanhecer
O texto é de Natal. A trilha sonora é punkrock.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu não consigo entender as pessoas. Hoje uma grande amiga terminou um namoro. E ela é grande em todos os sentidos. Grande em altura, grande em espírito, em alma e beleza. Ela é tão grande que não há uma criatura que não pare pra reparar e se perguntar como diabos ela consegue ser tão "grande".
Sempre foi assim. Era só ela passar que todo mundo parava e reparava. Ela sempre teve o poder de fazer todo mundo parar, mas eu que sei como é difícil ela parar pra reparar em alguém.
Eis que um dia ela parou. E reparou. E ficou parada, até hoje. E hoje ela me disse: "eu quis muito fazer valer a pena." Só que finalizou com um: "pena que as pessoas não mandam no que sentem, né?" Doeu no coração, viu? Doeu porque eu sei que o coração dela tá doendo. Que irônico: o mundo todo repara nela, mas não é a primeira vez que ela para em alguém que continua seguindo em frente. Qual é a moral disso tudo?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

#sobreamor

Quando eu te vi fechar a porta
eu pensei em me atirar
pela janela do oitavo andar;
Invés disso eu dei meia volta
e comi uma torta inteira de amora no jantar.


Foi quase como uma súplica silenciosa repetindo e gritando em minha mente. De novo, de novo e de novo. Nas palavras de Caio: "Meu Deus, como você me dói de vez em quando." E de repente eu me rendi. Me abri, rasguei o orgulho, perdi a pose e confessei: "Ainda dói." É. Admitir que eu também me douo pela rejeição alheia definitivamente não é o tipo de coisa que eu costumo fazer. Sabe como é, normalmente eu apelo pra torta de amora. Ou de queijo. Ou de banana. Ou de chocolate. Ou de qualquer coisa. Ou, bom, de coisa nenhuma. Nessas horas, sinceramente, tanto faz.

#sorria

Like the heart I gave to you.


Para ler ao som de "Baptized By Fire - Spinnerette". A música pode até não ter nada a ver com o que escrevi, mas serve pra não dormir em uma manhã nublada e sonolenta de segunda-feira.

Se eu pudesse dar um conselho, eis que ele seria: "encontre uma pessoa que te faça rir". Eu dando conselhos chega a ser engraçado, mas é verdade. Aprendi que não tem coisa melhor do que estar com alguém que me arranca risos e sorrisos sem precisar de um pingo de esforço. Sabe como é, o que é preciso pra viver além de ser feliz de verdade, afinal?
- Pode ser clichê, mas você é o ar que eu respiro.

- Isso é realmente tudo que eu preciso que você faça: Continue me respirando todos os dias, pelo resto das nossas vidas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

#tired

Nossa. Eu consegui fazer tudo que eu tinha que fazer hoje? Sério? É isso mesmo, produção?

Meu Deus, não vejo a hora de esse semestre acabar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ela é uma pessoa incrível. Sempre foi. Daquelas pessoas tão incríveis que você nem consegue entender como vieram parar nesse planeta. É, ela é daquelas. Muito melhor do que eu, do que você e do que essa loira aí do seu lado. Ela tem aquelas qualidades que eu nunca mais encontrei em ninguém. Ela é daquela que é diferente. Ela tem valor, merecimento, caráter. Ela tem tanto, mas tanto e eu sei que isso dói. Isso também me dói. Ela tem tudo, só não me tem mais.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sabe aquela sensação de que você faz tudo errado? Sabe aquela exaustão mental? Sabe aquela vontade de chorar? Sabe aquela vontade de silêncio, colo e cafuné? Sabe quando o tempo parece não passar? Sabe quando você não quer fazer absolutamente nada? Sabe quando você não quer pensar em absolutamente nada? Sabe quando o sono te domina? Sabe quando o corpo dói? Sabe quando você não tem quem quer por perto? Sabe quando você se sente sozinha? Sabe TPM fora de hora? Sabe aquele dia caótico? Aquele que você tem que engolir UMONTE de sapos? Sabe? É. Hoje eu sei.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fim de tarde

Memórias não são só memórias.


Eu queria te encontrar no fim da tarde. Seria um dia quente como hoje, porque minhas lembranças de você sempre me remetem a dias quentes. Acho que, ao longo de todos esses anos, eu sempre te vi com mais frequência no verão. Mas hoje eu queria só te encontrar no fim da tarde, mesmo se estivesse um frio de rachar lá fora. Quem sabe andar ansiosa pelas ruas centrais até chegar onde você estaria me esperando ou simplesmente topar contigo por acaso em um lugar qualquer. Talvez calçar meus tênis de guerra, sair pra correr sem rumo e acabar parada na porta da tua casa, talvez sair da faculdade e sentar nos últimos degraus da tua escada até que você finalmente chegasse ou virar em direção a porta do meu quarto e te ver inusitadamente parada na minha frente. To tentando dizer que eu não queria absolutamente nada além de te encontrar no fim da tarde. De qualquer jeito, por qualquer motivo ou até por motivo nenhum; só mesmo pra poder te olhar um pouquinho e sentir tudo o que eu sinto só quando você está por perto.

-
No mais, eu queria que escrever sobre você fosse te trazer de volta pra minha vida como antes.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ela olhava todas aquelas meninas de pele suave e cabelos loiros e lisos, ou morenos e lisos. De qualquer cor, mas invariavelmente lisos. Duas horas de maquiagem, duas para cada peça de roupa. Unhas bem feitas. Bolsa da última coleção.
Ela as via passar, as meninas jovens. Tão cheias de energia que quase saltitavam a cada passo, balançando exageradamente os cabelos bem tratados. Cansava, aliás, de vê-las passar. Nada dizia. Nada dizia com os olhos tampouco. Não falceteava, não fraquejava, não descompassava. Seguia. Sempre. Mulher determinada. Mulher decidida.
Perguntei se ela não as invejava. Eu bem sabia que nem eram assim tão mais novas quanto aparentavam. Ela riu. Riu deliciosamente. Riu ao tocar os cabelos desgrenhados com suas unhas por fazer. Riu usando a calça mais confortável do armário. Riu de cara lavada. Riu de verdade. "Não. São lindas meninas. Ainda assim, apenas meninas com tanto a aprender e.."

Compreenda.. a vida é muito mais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

“As vezes é preciso dormir, dormir muito. Não pra fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira.”

Marla de Queiroz

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

#TimeTwo

I

Fazia um bom tempo que não acontecia. Eu, sentada em um lugar qualquer, encarando fixamente o celular bem seguro em minhas duas mãos. Logo eu que nunca dei valor nenhum pra celulares. Ali de novo, nula a tudo ao meu redor. Liga, eu pensava. Me liga, por favor.
Nada. Liguei uma vez e ninguém atendeu. Liguei pro outro número, nada. Insisti. Parei. Lá estava eu encarando o celular e pensando: vai, me liga e acaba com isso, poxa. Liguei pra outra pessoa. Saudade. Matou e aumentou, tudo junto. Foi bom, mas não acabou com aquilo. Continuava ali no meu peito. Liguei pra outra pessoa. Saudade e.. "Já te ligo". Tá. E lá estava eu encarando o celular. Tocou. Será que é agora? Alô? Olha, ela lembrou de ligar de volta. Saudade. Matou e aumentou, tudo junto. Desligamos e continuava ali. É, não foi dessa vez.
Poderia ter ligado pra umas 15 pessoas. Revirei em saudades e fazia um bom tempo que não acontecia. Estava sentada novamente encarando o celular. Chega uma mensagem. Linda. Era a hora certinha pra fazer um pedido. "Me liga", pensei. Passou mais um minuto e, veja bem, depois de um minuto já não era mais a hora certinha. A hora certinha passa tão rápido.
Tentei de novo. Um número, outro número. Duas vezes. Poxa. Você realmente não vai ligar? Eu virava, me revirava. Se você tivesse ligado, eu teria falado uma meia dúzia de verdades engasgadas mesmo sabendo qual seria a sua resposta. Mesmo sabendo que você iria me fazer parecer uma pré-adolescente ridícula no final das contas. Tá, desligaríamos. Não, ainda não! Ainda não passou! Espera. E falaríamos mais um pouco e desligaríamos. O assunto esgotaria. E depois? Ah, droga.
Tirei os olhos do celular e percebi. Nossa, fazia um bom tempo que não acontecia. Percebi que conhecia bem aquela sensação camuflada por de trás de toda a situação. Não era o celular, não era você, não era ninguém. Que merda, que merda mesmo. Olhei ao redor e não havia nada ali que fizesse passar. Voltei os olhos para o celular. "Sinceramente, Brunna, quem, se ligasse nesse exato momento, faria essa sensação passar?" Ninguém. Não era com ninguém e você bem sabe. Nunca é. É contigo mesma.

II

Ainda bem que, sem que eu precisasse pedir, ela apareceu pra me abraçar. Possivelmente ele não ia passar naquele momento, mas aquele não era o tipo de sentimento que eu queria sentir ali, sentada, sozinha. Bem poderia, justo eu. Mas não queria. E eu achei linda a sintonia. A sintonia de saber que ela sabia exatamente o que eu queria, sem que eu precisasse pedir. Não pediria.
Ela me via e aquilo não me incomodava, bem pelo contrário. Achei lindo. Não sustentei nenhuma máscara, não vesti sorrisos ou armaduras; só me acomodei no ombro dela e fiquei. E ela me abraçou. Eu poderia até chorar sem me sentir desconfortável.
Quando eu quis olhar pros olhos dela, ela pediu que eu virasse. "Espera aí, essa fala foi minha ou sua?" Meus pensamentos, a boca dela. Me virei e percebi que, dentre tudo, era aquilo que eu achava mais lindo. Mais lindo que de alguma forma saber exatamente o que fazer, era realmente fazer. E ela sempre faz, com a naturalidade incrível de quem não espera absolutamente nada em troca. Faz como quem não se incomoda nem um pouquinho com as minhas fraquezas, complicações, tempestades e bloqueios. Como se ela gostasse de tudo o que faz parte de mim. Tudo mesmo.
Então ela disse que estava do meu lado e que é ali que vai ficar até que fique tudo bem. Que vai ficar. Que ela sabia que sim. O meu peito continuava doendo e eu sabia que só continuava doendo porque fazer aquilo passar não dependia dela. Se dependesse, ela faria.
Ela disse exatamente o que eu precisava ouvir. O que eu precisava ouvir desde menina, quando me escondia embaixo das cobertas nos momentos em que essas dores típicas grudavam no calcanhar. Doía, porque as vezes eu me douo. Porque essa sou eu. Mas de repente eu percebi que, com ela por perto, ser eu mesma me pareceu infinitas vezes mais confortável.

Tensão Pré-Mundial

"E se eu desmoronar, se não pudesse mais aguentar, o quê você faria?"

Ainda não consegui fazer absolutamente nada. Na verdade, eu meio que não tenho absolutamente nada pra fazer no momento. É que além do nada que eu tenho pra fazer, também não quero fazer absolutamente nada. Ouvir música, pegar o celular no bolso, pagar contas, comer, nada. Tá, eu tomei café. Dois, duplos. Não conta. Aí me pergunto: Como, mesmo sabendo que é tpm, isso consegue ser assim TÃO ruim? Nunca consegui entender. Olha que eu tento todo mês. Tento mesmo. Nunca sei se os "problemas" resolvem surgir nos piores momentos ou se eles sempre estiveram ali e só nessas horas eu me importo com eles. Não sei se esse final de semana doeu de um jeito mais profundo porque, bom, "doeu e era isso" ou porque eu já estava doída. Também não sei exatamente porque continuou doendo quando eu cheguei em casa. E quando eu deitei tão cansada que tive insônia, quando eu acordei com a sensação de não ter dormido por mais de dois minutos e tampouco porque continua doendo até agora. Malditos hormônios, maldita falta, maldita gripe, maldito aperto no peito, malditas dores, maldita vontade de não falar com ninguém, de me trancar no quarto e simplesmente parar de viver.

Outubro para #Peixes

Nesta fase ainda influenciada pela Lua Nova em Libra, você continua sentindo como se um tornado estivesse passando por suas emoções. As transformações e mudanças chegam uma atrás da outra e você muitas vezes acredita que não vai conseguir entender. A fase é de limpeza e esse movimento continua por mais uns 15 dias. A partir do dia 9, Vênus começa sua caminhada pelo signo de Escorpião, signo de água, compatível ao seu, o que traz muitos benefícios a você. questões relacionadas a viagens começam a fazer parte de sua vida e de seus planos.

Um relacionamento com alguém de outra cultura pode começar neste período, seja através de uma viagem ou não. Os estudos passam por um ótimo momento e principalmente a partir do dia 13 é hora de pensar naquela formação mais extensa que deseja começar a tempos. O momento é ótimo para novos conhecimentos, especialmente os que podem, em um futuro próximo trazer crescimento e expansão à sua carreira.

As viagens ganham um novo fôlego também depois desse dia, com grande chance de fazer uma viagem ao exterior. A partir do dia 23, o Sol começa sua jornada anual no signo de Escorpião, o que traz ainda mais benefícios para você. nessa altura, além de tudo o que foi dito acima ser reforçado por essa passagem, sua fé será renovada através de acontecimentos fora de seu controle. Alguém ou algum evento fará com que você comece a reavaliar sua fé e filosofia de vida.

A fase é ótima, carregada de otimismo, depois de um período de introspecção e crise. Marte continua no signo de Leão exigindo de sua energia, especialmente no dia a dia de trabalho. certamente neste período a demanda diária aumentou significativamente. Essa tendência continua até o final do mês. A fase é ótima também para começar um programa de exercícios e rever hábitos alimentares pouco saudáveis.

A saúde deve ser olhada com mais cuidado neste período, não por você correr riscos de algo mais grave, mas porque a fase é bastante interessante para programas preventivos. Se você for hipertenso cuidado com os picos de pressão que podem acontecer, assim como febres altas e indefinidas.

E se eu disser que foi EXATAMENTE assim?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011




















Gripe, por favor me dá um tempo que eu tenho que fazer TCC?! Preciso aproveitar que hoje eu sinto que nem tudo está perdido.
A mente já andava exausta e o corpo resolveu acompanhar. O coração? Ah, meu bem, esse anda mais vivo do que nunca.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011




































Aí passaram três caras fumando um no meio da rua em plena luz do dia e se achando um máximo. Ficaram encarando já a 30m de distância e, quando chegaram mais perto, se deram o trabalho de interromper o assunto pra dizer: que princesa gostosa. Não é por nada não mas, olha, princesa e gostosa são dois adjetivos que não combinam muito entre si: caprichem mais na próxima. De relance eu ainda consigo ouvir a retomada do assunto: e eu vou mandar ela ir de minissaia curta, bem vagabunda, e ela vai, porque me obedece.

Saíram (graças a Deus, diga-se de passagem) do meu campo de audição. Vem cá, voltamos ao século passado pra homens nojentos acharem que mandam em alguma coisa? Que podre.

Mas, pra valer o caminho de volta, cruzo com um senhor contando histórias e tocando músicas lindas no violão em pleno centro da cidade. E realmente fez valer. Pra mim viver é uma questão de sentir, de entrar em contato. Essa é minha razão de escrever; é só por isso que escrevo.
Oi gorduras localizadas, vocês por aqui outra vez?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Diálogo

"You got me wrapped around your finger.."
seguida por
"Fiz minha casa no teu cangote e não há nesse mundo o que me bote pra sair daqui.."

...Mas eu quis te dizer que eu sentia tanto, e que tanto era realmente muito. Quis falar sobre como é confortável me sentir em casa quando você está por perto e que, apesar da minha preguiça de fazer algum esforço pra parecer grande coisa, é bem isso que eu me sinto quando você esquece o resto do mundo e para os olhos em mim. E aí eu lembro do que eu vejo todas as vezes que me olho no espelho ou no reflexo de um vidro qualquer. Levanto a sobrancelha sem entender e me bate uma certeza de que você é absurdamente cega (e de que isso, definitivamente, explica muita coisa). Ainda assim, não gosto de pensar que um dia você pode simplesmente não se encantar mais com aquela-tal-coisa-vinda-de-seja-lá-onde-for-e-que-não-sei-porque-diabos-você-viu-em-mim na noite em que me conheceu.
E eu quis te falar sobre o quanto eu adoro andar de short, moletom, cabelo bagunçado, pés descalços e cara lavada. Que não é por mal que eu pareço um leão, mas, por mais que eu tente, o meu cabelo não me obedece nem com banda de música. E te falar que eu tenho andado viciada demais em café, chocolate e cigarros, que tenho matado a academia, que ando dormindo pouco e que isso tem feito um mal danado pra minha pele.
Quis falar que com você é diferente, como se você já não soubesse. E quis falar sobre como eu gosto do teu corpo excessivamente quente e sobre como eu acho engraçado você gostar dos meus pés gelados. Quem no mundo - além de você, é claro - gosta de pés gelados, afinal?
Meu Deus, eu ia ser piegas. Ia mesmo. Mas, por mais clichê que fosse parecer (e pode crer que pareceria), eu quis falar que o que eu sinto por você é novo. Um sentimento como nunca antes. E que eu sei que você sabe que é diferente, mas que, na verdade, é ainda "mais diferente" do que parece, entende?
Quis falar que eu não acreditava que intensidade poderia algum dia vir acompanhada de bonança. Mas antes que eu conseguisse juntar um punhado de palavras úteis e abrir um espaço suficiente entre os lábios pra deixar que elas saíssem, minha alma de pisciana inquieta atrapalhou. Ih, lá vamos nós de novo; pensei. Nós fomos.

Ela chegou, parou do meu lado, deu uns tapinhas no meu ombro e se apoiou irônica, debochada, irritante e insuportavelmente cheia de si:
- "Olha, eu aceito ficar."
Peraí, eu conheço bem esse tom!
- Esse tom é meu, alma. Meu e não vem com essa de chegar se achando a dona do campinho.
Parei.
Para tudo.
Me dei conta do que tinha acabado de escutar.
- Tá e você me fala isso "assim"? Com todo orgulho, pompa e circunstância? Assim? Como se fosse a coisa mais natural do mundo? "Oi, tá quente hoje, né?"
Silêncio. Ela adora me ignorar e me olhar com essa cara de "vai, eu sei que você não vive sem mim".
- Hey, alma, eu lá te perguntei alguma coisa? - Provoquei. - Como se alguma vez na minha vida você tivesse esperado até ser convidada antes de ir entrando, né?!
Alma que não tem jeito, essa. - "Não te deram educação, não?", pensei e fiz uma careta. Quem diabos, que não eu, deveria ter educado a minha própria alma, afinal? - Mas ela nem me deu ouvidos. Nunca dava. Espirituosa.
- Alma, escuta aqui: E eu? Onde eu fico nessa história? Que tal perguntar se eu quero entrar de cabeça, corpo e er, "alma"? Só pra variar, pra saber a minha opinião quem sabe? Tu e essa tua mania de chegar me invadindo e me roubando a paz, a concentração, o fôlego e o resto.
Ela estendeu a mão e fez cara de saco cheio. Aquela que mistura ai-meu-Deus-eu-já-ouvi-isso-antes, com dai-me-santa-paciência-e-troca-o-disco e para-com-isso-que-eu-te-conheço-melhor-que-você-mesma. Não fosse pela audácia da minha própria alma, eu teria xingado. Fiz silêncio e, atônita, esperei que ela falasse.
- "Eu não falei nada sobre entrar. Falei sobre ficar."
- Ficar? Aqui?
- "Não me escutou?"
Quase ri; "como essa alma é parecida comigo". Foi nessa hora que eu apontei na tua direção.
- "Ééé. Bem aí mesmo. É aí que eu fico."
Engoli seco e lembrei que precisava respirar. Ela deu um sorriso debochado, como quem diz "olha quem tá começando a pegar o jeito.. Quem sabe daqui umas 15 conversas desse tipo você já esteja realmente espertinha..." cheia de ironia nas reticências.
- "Se vira, Brunna."
O tom foi amigável, dessa vez. Aquele próprio de quem diz um "eu seeei que você vai colaborar".

Fiquei em silêncio e não te disse nada sobre tudo aquilo que eu tava pensando em falar. Sabe como é: minha alma fala demais. "Se vira, Brunna..." Pois sim. As reticências ecoaram vagas em meus pensamentos enquanto eu assistia a minha alma se afastar lentamente na tua direção. Você continuava transbordando em silêncio, me olhando com aqueles olhos de quem também parece ter algo a dizer e não consegue. Estava tudo quieto novamente.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Apneia

Lovesong - Adele

"Te espero, te gosto, te beijo, te amo."


Eu tinha muito pra dizer, mas tudo era silêncio. Como seria bom se você lesse pensamentos. Ou não - pensei. Palavras eu já não tinha nenhuma. Um bocado de tentativas e nenhum som. E não porque era vazio. E não porque era repleto de nada. Ao contrário. Era tão denso e tão completo que se tornou intraduzível. Era tão intenso que pesava, que puxava, que prendia. Você tomou meu vazio com as unhas e os arranhões ficaram latejando e ardendo dentro de mim. É esse o motivo do "eu te amo tanto que dói". Porque você arranha e lateja e ecoa e espalha e se espalha pelo meu corpo e pela minha cama e pela minha alma e pela minha calma a cada vez que eu puxo o ar. E fica difícil respirar. Porque dói imaginar como seria respirar sem você. E chega a ser meio brutal - porque dor é sempre dor. Dói porque você me rasga. Dói porque você é você. Dói porque você podia ser qualquer outra, mas não é. Dói porque orgulho dói, porque medo dói. E dói porque você é brutalmente linda. Dói porque eu te encontrei. E dói porque eu não consigo nem pensar em te perder.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Clima

"É primavera, te amo."


Você sorriu. "Vai ficar tudo bem." E ficou. O vendaval se tornou brisa de primavera, escapando e se esparramando por entre as árvores em fins de tarde furta-cor. Todo o outono floreou: cheiro de jasmin no portão da casa, açúcar mascavo no bolo de mel, arco-íris na mangueira, gosto de infância. Eu guardei o guarda-chuva, tirei a touca, as luvas, as botas e os casacos. Era inverno e fez-se um verão de súbito: suou, suei e você riu. "Imagina quando for verão." Minha vez de rir. Já é verão, meu amor. O sol tem brilhado todas as noites enquanto caem no chão a roupa e o pudor, revelando peles brancas marcadas de vida, de mordida, de arranhão. Joguei fora a armadura e agora tudo que eu uso são meus óculos escuros. "Trate de cuidar bem dos olhos". Do resto você disse que cuida. Eu acreditei e tudo ficou bem, muito bem.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

- (…) E o amor é sempre complicado. Mas, mesmo assim, os seres humanos precisam se amar, querida. A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido. Quer dizer que a gente tentou alguma coisa.
- Meu coração se partiu com tanta força da última vez – falei – que ainda está doendo. Não é uma loucura? Ainda estar com o coração partido quase dois anos depois do fim de uma história de amor?
- Querida, sou do sul do Brasil. Sou capaz de ficar com o coração partido durante dez anos por causa de um mulher que nem cheguei a beijar.

Comer, Rezar e Amar

terça-feira, 4 de outubro de 2011



Ram Pan Pan Pan
Ram Pan Pan Pan
Man down

Oh, Mama
Mama, I just shot a man down.
In Central Station
In front of a big ol crowd.
Sou perigosa, sou macumbeira, eu sou da paz, eu sou do bem mas...

Pálpebras de Neblina

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar. Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos Cânticos: "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram/ que era sofrer ?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia Tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto de alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi. Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja.
E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo. Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos. Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo? Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "porquê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?

Em: Pequenas Epifanias

Se é possível dizer que há um "melhor texto de Caio Fernando Abreu", me arriscaria a dizer que é esse.
"Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça. Quero ser diferente. Eu sou. E se não for, me farei." CFA

Menina

"Aonde você mora, aonde você foi morar?"

É, menina. De você, eu herdei coisas poucas e irremediáveis. Herdei essa mania incorrigível de fumar com apenas um dos pés no chão. De observar o céu sem perceber se chove ou faz sol, daquele meu jeito totalmente absorto em pensamentos, emoções e desejos espremidos, queimando pouco a pouco por entre os lábios e as pontas dos dedos. É, essa é realmente uma das poucas coisas que eu herdei de você, menina.
Herdei também esse desejo insaciável e incontido por um café preto, doce, excessivamente quente e quem sabe até "meio ruim". Um café servido entre travesseiros e lençóis, com a luz invadindo o quarto pelas frestas da cortina e beijos vagarosos de um "bom dia" sem nenhuma pressa.
Mas não é nenhuma dessas heranças que me incomoda no final do dia, menina. O que me incomoda mesmo é ter herdado essa esperança insistente, invencível e quase infantil de que contos de fadas não perdem a magia depois de soar meia noite, desde que, até o dia amanhecer, o teu corpo não se desenrosque nem por um segundo do meu.
"Porque um dia ele volta. Ou você o recria, o encontra naquela esquina desconhecida, naquela guria bonita que você cansou de não notar. É a única serventia da fé quando só se consegue acordar de sonhos lúcidos. Eu sei que ainda tenho um corredor inteiro menina, mas acredito. Acredito quando somos só você e eu. E acredito que esta vida ainda tem muita coisa bonita, simplesmente porque comecei a acreditar. Em ti, em mim, em nós e nesta coisa bonita que nasce, que renasce a cada dia, em cada manhã de sol (ou de chuva) que te vejo, que te tenho. E eu, logo eu, que quis tanto carinho, paixão, preoucupação, aventura, luxúria, colo, tesão, proteção, beijo, abraço e maravilha, achei tudo no mesmo ser, tudo em você. Basta olhar. Basta um sorriso comedido, uma meia dúzia de palavras banais e você me ganha, me leva, me atrai, me faz acreditar. E eu me traio. Falar que é amor o que eu sinto por ti é pouco menina, é pouco. E definir nosso amor, baixinho, é bobagem."

Leh Soares
"Ainda bebo muito café e leio bastante, mas nada é como antes. O café parece sempre meio frio e a cada página do livro eu olho por trás do ombro esperando que você venha confundir minha cabeça. Nunca pensei que saberia no sentido literal o que saudade significa, mas agora tudo me faz sentir sua falta."
Tenho uma mania irremediável de achar que sempre sei o que é melhor pra mim. Mania de achar que consigo prever quais serão ao meus desejos num futuro distante, ainda que volta e meia me surpreenda com a diferença entre eles de uma semana pra outra. Sempre soube que tenho muito pra aprender, mas sabe, faz pouco tempo que passei a cogitar a possibilidade de que talvez eu não seja uma pessoa problemática. A possibilidade de que talvez eu seja simplesmente nova demais pra achar que me conheço tão bem assim. Nova demais pra tudo isso.

domingo, 2 de outubro de 2011

Divagando ao som de Adele - Someone Like You / Set Fire to The Rain

As vezes você pega caminhos que ninguém vê. E você passa. E transpassa, trespassa. E você divaga e vaga silenciosamente por aquele vale que nem sabia que ainda existia. Você não queria saber. Aí você volta. E dá saudade. De repente dá saudade. Uma saudade que você não quer sentir. Uma saudade que você não pode sentir. E dá um sentimento meio Caio Fernando Abreu, aquele de sempre reticências, vírgulas e nunca pontos finais. O que dá, aliás, é um misto de sentimentos que você não entende. Você não quer entender. Não quer falar. E nem vai.
Você se demora um pouco. Esquece da realidade que construiu. Esquece até sentir um medo tão avassalador que te faz correr dali, fingindo realmente acreditar que essa foi a última vez.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu encarei e estava completamente vazio, exatamente como eu soube que estaria.
Não havia dúvidas.
Fechei os olhos e fiquei ouvindo tudo o que o silêncio tinha a dizer.
É, eu encarei.
E aquele vazio, apesar de tudo, me encheu de paz.

#reticências

…emudecer subitamente e te abraçar em um fim de tarde de domingo, pedindo pra que a noite ainda demore muito pra chegar.
I'm taking it to the limit
That's the way I am
Yeah, that's the way I am.

#considerações

...O texto precisava de um sentido, mesmo que as palavras não fizessem outra coisa que não se embaralhar de novo e mais uma vez em minha mente. De quebra, sei que não me contentaria com um resultado onde todo aquele conjunto sofrego não soasse perfeitamente bem. Acabei desistindo mais uma vez. Se escritos realmente devem ser lapidados, desconfio que aquele em especial tomaria uma vida até que estivesse bom o suficiente.

...Tenho a impressão de que nunca consegui escrever uma linha acerca de como me sinto a vontade quando tenho você por perto. Não lembro nem se já tentei em algum daqueles rascunhos interminados que foram largados num canto qualquer. Se já o fiz, tampouco me lembro em qual dos tantos cantos foi parar. Não por descuido ou descaso; é que sempre houveram muito mais cantos a caminhos, corredores ou cruzamentos, aqui dentro de mim.
"Me explica, que às vezes tenho medo. Deixo de ter, como agora, quando o vento cessa e o sol volta a bater nos verdes. Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo." C.F.A.
A vida tem sido tão veloz e eu as vezes ainda me pego procurando pelo botão de pause.

Diz pra mim..

Quanto vale o seu sonho?
Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem.

É, Caio.. Vamos juntos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Boy - Skin



All day long she's waiting for the night to ask her out
To be somebody's dancer, to get lost inside a crowd
There‘s no need to talk, because the music is so loud,
Till a taxi drops her back into a morning full of doubts.

You can feel like a part of something if you're part of the scene
You can make your life look pretty out a little ice and gin,
Wash off the make-up and prepare the aspirin
Well you can get out of this party dress but you can't get out of this skin.

His home is where his heart is at the parties that he rolls.
Tells himself he can't be lonely cause he's never on his own,
But all the friends he makes at night, in the morning they are gone,
And he's left with his four walls, his aching head, his silent phone

You can feel like a part of something if you're part of the scene
You can make your life look pretty out a little ice and gin,
Wash off the make-up and prepare the aspirin
Well you can get out of this party dress but you can't get out of this skin.

All day long she's waiting for the night to ask her out
To be somebody's dancer.

You can feel like a part of something if you're part of the scene
You can make your life look pretty out a little ice and gin
Wash off the make-up and prepare the aspirin
Well you can get out of this party dress but you can't get out of
Feeling like you are part of something if you are part of the scene
You can make your life look pretty out a little ice and gin,
Wash off the make-up and prepare the aspirin
Well you can get out of this party dress but you can't get out of this...
E me vem uma vontade imensa de dizer: Sério, esquece.

(Até perceber que, nesse caso, não dizer absolutamente nada dá na mesma e causa exatamente o mesmo efeito.)

#emptybox

Decepção é um sentimento meio triste, já em essência. Não só pela decepção em si, mas por saber que estar decepcionado significa ter depositado algum tipo de expectativa em algo, alguém ou em você mesma (e isso, por si só, é decepcionante).

Ultimamente tenho me decepcionado um tanto quanto constantemente, o que me preocupa um pouco. Nada e nem ninguém é obrigado a corresponder as minhas expectativas, bem verdade. Mas, pra ser sincera, gostaria que não dessem margem pra que elas existissem então. Pra ser mais sincera ainda, gostaria que, mesmo com todas as margens, elas não existissem de qualquer forma.

Nem por nada, mas dá vontade de dizer "olha, não precisa se dar o trabalho de vir me machucar"; porque se a intenção é me ver passar trabalho, eu já passo um trabalho danado me decepcionando comigo mesma toda vez que percebo o quanto ainda sou diferente do que eu gostaria de ser de fato.

Nem por nada, mas porque se você vier me machucar ainda assim, eu já tenho passado um trabalho danado pra aprender a lidar com esse tipo de coisa com mais transparência e sem o orgulho monstro que me cabia até algum tempo atrás. Nem por nada, mas porque eu já passo um trabalho danado pra me aceitar como eu sou, com minhas inconstâncias, sentimentos, confusões e vontades de fugir. Por me saber assim, intensa e complicada, e porque faz tempo que acho esse processo de autoconhecimento e inquietude um remédio um pouco dolorido, apesar de não estar disposta a sair dele.

Nem por nada. Mesmo. Mas só porque eu já passo um trabalho danado pra aceitar que ser sincera é o melhor que, muitas vezes, eu consigo fazer.

Tá. Apesar de todas as decepções que eu mesma causo para com minha pessoa, tenho orgulho de ser assim.

P.S. E ainda aprendo, é claro, a não esperar que as pessoas sejam como eu.

#bestrongnow

...que as coisas voltam ao seu eixo e tudo serve como aprendizado. Força, Santa Catarina.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fiquei tão atordoada que esqueci até da hora.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#vício

Quem sabe o que me dê mais raiva é que, em todo esse tempo, você foi a única pessoa que conseguiu isso de mim e, no final das contas, simplesmente recusou. E aí, sem mais nem menos, você voltou pra mostrar, assim na maior cara de pau, que conseguiria de novo?
O que é que eu to fazendo que, mesmo depois de te conhecer de verdade, ainda não te mandei pra puta que o pariu como jurei pra mim mesma que faria, afinal? É, você consegue, eu confesso. Mas, se me permite um conselho, não fique orgulhosa. Não tem a ver com você. Eu que ainda não aprendi a parar de brincar com o fogo e acabo sempre me queimando. É, pensar em você ainda me faz arder. Maldita vontade esmagadora do que eu não posso ter. Maldito orgulho. Deixe estar. Sabe.. um dia eu ainda aprendo. Ah, eu aprendo.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

#Vim

Eu me bati por horas. Briguei com o armário, com o pente, com o espelho, com meus calçados. Briguei com as chaves, com a porta e com o portão. Briguei com meus passos, com a rua, com os postes e com cada carro que passava apressado sabe-se lá Deus pra onde. Briguei até comigo, diabos. Mas eu vim. Vim porque minha presença sente falta da tua. Vim porque é um presente te ter ao alcance dos olhos. Vim porque não saberia ficar em qualquer outro lugar.
Nesses últimos dois meses, as pessoas volta e meia perguntam como eu consigo. Respondo muda, apenas dando um sorriso tímido e jogando o cabelo pro lado, como quem não tem muito a falar sobre o assunto. Também pudera, trocar o macarrão por repolho e o pão por fatias de queijo definitivamente não foi a escolha mais difícil de sustentar na minha vida.
Sou um ser humano inquieto. Comodismo me incomoda profundamente. Nem é racional, mas minhas escolhas sempre me levam a mesma máxima: evolução sempre.
"Deixa pra lá.. é que ver dói. Encontrar dói. Fotos doem."

Caio Fernando Abreu

É, como sempre, ele fala sobre cada sentimento, cada pessoa, cada bola de neve, com uma maestria que, acho eu, nunca vou alcançar.

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo."

"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".

"As pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem, há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis não formulados, camadas inperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem e sobretudo, como dizias, emoções que nem se mostram."

"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias."

"Nada modificará o estar das coisas no mundo, e a minha partida ontem, hoje ou amanhã, não mudará coisa alguma."

"Meus dias são sempre como uma véspera de partida."

"- Toque nela com cuidado - disse Santiago. - Senão ela foge.
- A coisa ou a pessoa?
- As duas."

"Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas."

"As coisas e as pessoas que fazem parte da minha vida vão aos poucos entrando em mim, depois de algum tempo já não sei dizer o que é meu e o que é delas. Mesmo assim, bem no fundo, há coisas que são só minhas. E embora me assustem às vezes, é delas que mais gosto. Como essa vontade de acabar com tudo, que me dá de vez em quando."

"É certo que as pessoas estão sempre crescendo e se modificando, mas estando próximas uma vai adequando o seu crescimento e a sua modificação ao crescimento e à modificação da outra; mas estando distantes, uma cresce se modifica num sentido e outra noutro completamente diferente, distraídas que ficam da necessidade de continuarem as mesmas uma para a outra."

"Meu Deus, como você me doía de vez em quando. Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça. Então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando: Meu Deus mas como você me dói de vez em quando."

"- Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não em você, se sempre foram de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces. Por que então assim tão de repente e duro, por quê?"

"Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio."

"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada."

"Sim, tenho vontade de me jogar pela janela, mas nunca foi possível abri-la. Não, não sei o que gostaria que você me dissesse. Dorme, quem sabe, ou está tudo bem, ou mesmo esquece, esquece."

"Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo."

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Assinado: Eu.

Já faz um tempo que eu queria te escrever um som
Passado o passado, acho que eu mesma esqueci o tom
Mas sinto que eu te devo sempre alguma explicação
Parece inaceitável a minha decisão, eu sei.

Da primeira vez quem sugeriu eu sei, eu sei, fui eu
Da segunda quem fingiu que não estava ali também fui eu.

Mas em toda a história é nossa obrigação saber seguir em frente seja lá qual direção.
Eu sei.

Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom
Mas se é contrário, é ruim, pesado e eu não acho bom.

Eu fico esperando o dia que você me aceite como amiga
Ainda vou te convencer, eu sei.

E te peço: me perdoa, me desculpa que eu não fui sua namorada pois fiquei atordoada
Faltou o ar, faltou o ar.

Me despeço dessa história e concluo: a gente segue a direção que o nosso próprio coração mandar,
E foi pra lá, e foi pra lá.


"Existem pessoas como a cana, que mesmo postas na moenda, reduzidas ao bagaço, só sabem dar doçura." CFA

E dói pra caramba machucar uma dessas, viu? Mesmo que seja só por falar a verdade.
Fechei os olhos e imaginei um sol bem lindo. Não vou nublar, mesmo nesse dia cinzento. Não vou, não mesmo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sabe quando você lê um milhão de coisas que poderia ter escrito? Pois é. Deixa que eu cuido de você, pedacinho de mundo.
Eu? Eu to fugindo dessa minha vontade de fugir de tudo: de botar Joan Jett pra tocar, botar um sorriso irônico no rosto e jogar tudo e todos pro alto, de novo. Me deixa quieta, me deixa.
"Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto. É que Narciso acha feio o que não é espelho. E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho, nada do que não era antes, quando não somos mutantes. E foste um difícil começo, afasto o que não conheço. E quem vem de um outro sonho de felicidade aprende a chamar-te depressa de realidade."
E descobrir que até as coisas que você jurava que não mudariam nunca, mudam com uma rapidez admirável. Fica até difícil acompanhar. Simples: mude também.
É pra simplificar? Tá: Relacionamentos são complicados demais. Ficar comigo mesma é mais fácil, bem mais fácil. Que bom, né? Eu definitivamente sou a pessoa certa pra ficar do meu lado pelo resto da vida.
As vezes é difícil crescer. É difícil se sentir meio sozinha, meio traída, meio egoísta, meio inferior. É difícil não poder mais dizer "ai, mãe, eu não acordei bem" e simplesmente não ir à escola. É difícil continuar vivendo e sustentando grandes responsabilidades quando a vontade é só voltar a ser pequenininha. É difícil ficar em dúvida, ficar insegura. É difícil não saber o que fazer. Já diria Caio que o bom é que passa, que tudo passa. Até a dor que samba no peito de salto agulha ainda vai virar motivo de risadas. Até ela passa. Deixa passar. Deixo, Caio. Deixo mesmo. Me deixa ir embora de vez?
É, coração. Eu te avisei pra não ir longe demais, não avisei?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria, ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás. Eu tinha que continuar!

Penso em você apesar de não sentir sua falta e muito menos sua presença. Penso em você porque sinto um vazio, que eu não sei do quê.

Caio Fernando Abreu
Era um mundo gélido
Onde a ternura é frígida
E o desamar é um deleite.
Onde ama-se a si,
Em um quisto quase que deveras egoísta.

Lá onde não se versa o que em si verte
Tem-me como o louco
E eu nem me atento.

Meu acalento é em teu ser simplista
Que nesse mundo gélido
De sentimentos descartáveis
Personagens itinerantes
Contextos ralos e textos ocos
Materializou-se e se fez permanente.

E o meu total fazia-se cálido
Mergulhado em um mundo gélido
Gélido, até encontrar você.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

#poesia

Terás o cuidado de aquecer o coração de quem amas, mesmo em dias frios e nebulosos (...) e, quão logo te dares conta, estarás tomado por algo que chamarás de paz.

P.S. Focos, poesias, uma demonstração sincera de carinho e conexão com a simplicidade do universo de amor maior. Respiração mais leve e profunda. Coração aliviado.

#re-começo

Pouco a pouco, me pego sentindo aquele orgulho familiar. Aquele que eu costumava sentir enquanto, desse cantinho já tão cativo, via os dias do último ano passarem. E é tão bom.
Já dizia o poeta que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Sei que aqui fica um pedaço de mim e daqui eu levo um pedaço. Um pedaço da minha vida, cheio de boas lembranças a se guardar: cuidadosamente organizadas e orgulhosamente expostas numa das prateleiras mais especiais do meu eu nessa vida.

Apaga essa luz, por favor.

É esmagador o modo como essas coisas acontecem. Você acorda após um ontem inteiro de coração inquieto com aquela esperança de que, após uma noite escura, o raiar do dia traga um sentimento de folha nova.
Mas, as vezes, a luz simplesmente não dá trégua e permanece ali madrugada a dentro: tornando estupidamente claro tudo aquilo que você implorou para que a escuridão escondesse. E, quando isso acontece, o novo dia nunca chega, mesmo após um contável número de horas razoavelmente bem dormidas.
E é esmagador o jeito que você se sente quando essas coisas acontecem. Ver as esperanças indo por água abaixo é sempre esmagador, mesmo que você saiba que isso, mais cedo ou mais tarde, acontece com qualquer pessoa.
Você acorda tão funda, profunda, profana. E acorda tão clara, e tão largada, e tão confusa, e tão cheia de tudo que até mesmo uma voz qualquer a chamar teu nome se torna um corpo estranho, agressor, avesso ao fluxo.
Fica difícil viver. E aí você lê textos de pessoas que passam horas claras durante as madrugadas escuras e, pelo menos, conseguem se expressar. E fica difícil viver. E sente um nó cego, atado na garganta. E isso esmaga. Esmaga porque, por mais difícil que seja, você não para de viver por nem um segundo. E esmaga porque, por mais difícil que seja, ninguém para de viver por nem um segundo. E tudo muda. E você queima. E esmaga.
E você ouve músicas que esmagam, porque em dias como esse, tudo te esmaga. Trabalhar esmaga, conversar esmaga, pensar esmaga, ser esmaga, existir esmaga, sentir esmaga. E fica difícil viver.
Aprendi a conviver com essa estaca inflamada e enfiada em mim. Com esse coração metade vazio, metade explodindo e sempre metade, nunca inteiro, nunca demais. Aprendi a conviver com as minhas reticências e vírgulas, períodos longos e sem pontos finais. Longos, inflamados, enfiados, mas nunca demais. Nunca é demais, mesmo que eu não aguente mais. E dói, sempre dói.

E como viver em dias assim? Se pelo menos minhas palavras ajudassem.. Vontade de pedir socorro.

Apostas, a postos

As vezes é preciso chegar ao extremo para que as pessoas se deem conta de certas coisas. Que bom que as fichas caem mais cedo ou mais tarde - apesar de todos os pesares. É ótimo saber que tudo está melhor e que esforços serão feitos pra que assim continue.

#fórmula

Te quero por perto = Você some
As vezes eu escrevo, escrevo, escrevo e parece que nada presta. Desisto, salvo e deixo pra depois. No dia seguinte, quando pego pra ler, vejo que o que "não prestava", tá pronto, sem tirar nem pôr. Coisa esquisita. Efeitos do tempo, novas perspectivas, novos olhares..

terça-feira, 23 de agosto de 2011

As vezes eu uso o meu tempo livre pra me detestar. Coisa imprestável, né? Tanta coisa melhor pra fazer.
Toda vez que percebo que ainda tenho expectativas em relação a você, acabo me detestando três vezes. E por que, né? Chega. Vai embora da minha mente e faz o favor de não voltar de novo pra minha vida.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

E aos poucos - e sempre aos poucos, nunca de repente - tu voltas a ser um nada, mais uma vez. Dai-me santa paciência. Pra falar a verdade, nunca deverias ter deixado de o ser.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ok, now.. GET THE HELL OUT of my mind. Damn.
A motherfucker day pra nunca esquecer. Osso.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Like an addiction and I just can´t get enought.
E agora, José?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Diz..

Chega e não pergunta como eu estou. Não pergunta o motivo, não me pede explicações, não queira saber. Não queira saber como estão as coisas, como elas estavam até ontem e como elas vão ficar amanhã. Não pergunta porque as vezes eu choro quando a noite chega. Só chega e não pergunta nada. Finge que não importa, que não te importa. Só me abraça, me pega no colo e diz que você acha graça pelo modo como as vezes eu ainda me pareço com uma criança boba, duvidando que tudo vai ficar bem. Ou não diz. Mas chega e fica do meu lado sem se importar com mais nada. Diz que não interessa como foi o meu dia ou, tampouco, por onde andei até chegar aqui. Diz que não liga pra quem eu sou, pro que eu faço. Diz que eu posso perder as explicações, a pose, o jeito, a memória, a compostura, a esperança e que não tem problema desde que eu não me perca. Diz que vai ficar tudo bem. Que vai ficar tudo bem e que eu já posso pegar no sono.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

You're so hypnotizing

Could you be the devil,could you be an angel

Your touch magnetizing

Feels like I'm floating, leaves my body glowing

They say be afraid

You're not like the others, futuristic lover

Different DNA

They don't understand you
You're from a whole 'nother world, a different dimension

You open my eyes and I'm ready to go, lead me into the light

Kiss me
Ki-Ki-Kiss me

Infect me with your loving and fill me with your poison

Take me
Ta-Ta-Take me

Wanna be your victim, ready for abduction

Girl, you're an alien, your touch so foreign

It's supernatural, extra-terrestrial

You're so supersonic

Wanna feel your powers, stun me with your lasers

Your kiss is cosmic, every move is magic
You're from a whole other world, a different dimension

You open my eyes and I'm ready to go, lead me into the light

This is transcendental on another level

Girl, you're my lucky star

I wanna walk on your wavelength and be there when you vibrate

For you, I'll risk it all, all.
Acabei de perceber que eu to tentando entender o que se passa aqui dentro de mim. Simples assim.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mais engraçado que encontrar músicas que combinam com o que estamos sentindo é encontrar as que traduzem exatamente o que alguém tem sentido em relação a nós.
"Saía a desbravar o mundo. Andava, andava sem rumo. Detestava as sinalizações da rua. Gostava da sua liberdade sempre nua. Desenhava seus próprios momentos e preferia apagar as paixões.  Desapegada e sozinha ganhava aquela cidadezinha. Rodava pelos postes sujos com saudades no peito. E na verdade não se sentia solitária. Ser dona do seu próprio nariz era como uma dádiva. Respeitava, conversava e guardava a si mesma. Como uma poetisa sem preocupações aparentes."

...E mesmo quando tentava ser diferente, não conseguia. Confusão.
The littlest things that take me there, I know it sounds lame but it's so true
I know it's not right, but it seems unfair: the things are reminding me of you
Sometimes I wish we could just pretend, even if only for one weekend
So come on, tell me: Is this the end?

...When I was feeling down, you made that face you do
There's no one in the world that could replace you

Dreams, dreams of when we had just started things
Dreams of me and you
It seems, it seems that I can't shake those memories
I wonder if you feel the same way too...

Littlest Things - Lily Allen
24 horas é pouco. Uma vida então.. menos ainda.
Ele disse um dia: Nunca se apaixone por ela. Hoje ela quer mais do que tudo, mas amanhã é outro dia. Vem cá... Pra quê me conhecer assim tão bem?

Preciso mudar o foco, viu. Tá errado.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma vez você me escreveu uma carta dizendo que via a nossa história como um enredo de filme: um filme com muitas reviravoltas e um final feliz. E você me entregou essa carta num dia que, por si só, parecia um filme. Assim, tipo hoje.

Eu carrego essa carta comigo. Sempre esqueço de tirar ela da bolsa, mesmo quando me lembro de que não é na bolsa que carrego cartas. É que quando lembro, lembro também de esquecer antes de ter tempo de tirar ela dali. E ela fica. Ela sempre fica.

Queria ter respondido e nunca respondi. Queria ter dito que eu vejo a mesma coisa. Teria dito que talvez não dê pra entender, e eu entendo se não der porque no final nem eu entendo bem, mas que eu sinto que até o nosso final feliz chegar, a gente tem caminhos distintos pra trilhar. Que eu não controlo o que eu sinto e que sinto que as nossas buscas nos guiarão pra direções opostas, que nosso coração vai disparar por razões diferentes e que nenhuma das duas vai precisar abrir mão disso, nem mesmo uma pela outra.

Sinto que a gente vai precisar se perder completamente pra depois se encontrar, no que eu vou chamar tortamente de "dia certo". Que a gente vai precisar se definir e entrar em contato com a unidade do universo para, então, nos encontrarmos (e que isso, de início, vai doer). Que vamos precisar perder contato, perder o endereço, perder o apego, perder a mania de dormir esperando que o dia seguinte seja esse tal "dia certo" e perder até as expectativas de que esse tal dia seja real.

E, em um dia que não vai parecer em nada com o que um "dia certo" se parece, vamos acabar nos encontrando por-acaso-sabe-lá-Deus-onde.

-

Você vai estar à caminho de algum compromisso importante, no meio de um telefonema. Ela vai estar com um copo de café nas mãos. E você vai pensar: "Olha só, é tão cedo e eu aposto que ela ainda não comeu absolutamente nada. Ela e essa mania de achar que só porque não sente fome logo que acorda - e ela acabou de acordar, porque ela nunca aprende e sempre enrola até o último segundo na cama e fica com os olhos ainda menores logo que levanta, bem desse jeito - pode só tomar um café assim, totalmente preto, mesmo sabendo que vai passar o dia inteiro com a gastrite atacada."

E então você vai rir por dentro logo que perceber como foi rápido lembrar o que você julgava já ter esquecido. E vai lembrar que essa era uma das coisas que fazia você ser absolutamente louca por ela, como nunca mais foi por outra mulher desde então. - E existirão outras mulheres ótimas, outros momentos ótimos e sentimentos ótimos. Mas elas serão as outras: as outras com as quais você vai viver outros momentos e sentir outros sentimentos. E você vai se dar conta que só ela, até hoje, tinha sido "aquela", com quem você viveu "aquele" momento e que desperta "aquele" sentimento. - Vai ser alguma coisa nela. Alguma coisa que é toda dela. Talvez o jeito de mexer nos cabelos, o jeito de sorrir ou o jeito distraído de andar na rua, quase alheia a presença de todos.

E você vai tentar a chance mesmo que, durante anos, tenha alimentado a certeza de que caso esse momento chegasse, não faria diferença alguma. E vai convidá-la para um café depois desse compromisso importante. E vai perceber que, por você, seria logo um jantar - mas vai se negar a chamá-la pra jantar porque isso seria "rápido demais".

Ela vai aceitar. Atônita por perceber que aquele "dia certo" que ela deixou de acreditar que chegaria em algum lugar do caminho, e que acreditava enquanto escrevia sobre ele, havia finalmente... chegado.
Não é por ciúmes que certas coisas doem. É que têm certas coisas de mim que eu guardei só pra você.

Espelho

A verdade é que eu morro de medo de ir longe demais. Longe a ponto de não encontrar nenhum caminho que me leve de volta pra você.

A verdade é que eu morro de medo de que você vá longe demais. Longe a ponto de não encontrar nenhum caminho que te traga de volta pra mim.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pra falar a verdade, eu continuo meio perdida. Meio engasgada, meio tonta, meio cega. Meio drogada, meio confusa. Meio não-era-nenhuma-dessas-palavras-que-eu-queria-usar. Enfim. Tenho me cuidado mais. Me afastado de (alguns) vícios, me alimentado melhor (ou seria apenas "me alimentado?"), emagrecido, tatuado, malhado, estudado. Comprei um violão e aprendi a usar batom (o que deixa minha mãe mais feliz). Tenho deixado as unhas compridas e pintadas. Tenho cuidado mais das roupas, da pele, do cabelo. Tenho lido mais, dormido menos, viajado mais. Tenho tentado organizar a mente, escrever, pesar, pensar, equilibrar. Tenho virado uma artista de circo: uma contorcionista, uma equilibrista. Tenho aprendido a não julgar e a não deixar que certas coisas apaguem meu sorriso. Tenho sorrido mesmo querendo chorar. Tenho aprendido a lidar com a falta, com as lembranças, com as mudanças. Aprendido a rimar, sem querer. Tenho conversado mais com o travesseiro e observado mais as pessoas. Tenho aprendido a aceitar que pessoas mudam, sem me chatear com isso. Tenho aprendido a aceitar com mais paciência quem se chateia quando quem muda sou eu. Tenho aprendido a lidar com certas coisas, a abrir mão de outras, a sustentar decisões, a confiar em uma força que grita dentro de mim (por mais que ninguém escute). Tenho aprendido a agradecer por tudo, ou simplesmente por existir. Tenho vivido o exercício de experimentar a totalidade de cada dia, um dia de cada vez: mesmo que não enxergue um propósito muito claro (ou, as vezes, totalmente escuro e embaçado) pra estar fazendo tudo que tenho feito. Pra que, pra quem? Cara, pra mim mesma, obrigada.
"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."
Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida
Então a gente vai fugir pro mar, eu vou pedir pra namorar
Você vai me dizer que vai pensar, mas no fim, vai deixar

Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida
Sem ter mais mentiras pra viver, sem amor antigo pra esquecer
Sem os teus amigos pra esconder
Pode crer, que tudo vai dar certo

Sou pescador, sonhador
Vou dizer pra Deus nosso senhor
Que tu és o amor da minha vida
Pois não dá pra viver nessa vida morrendo de amor

Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida
E uma abelhinha vai fazer o mel, estrela Dalva vai cruzar no céu
E o vento certo vai soprar do mar
Pode crer, que tudo vai dar certo

Você acredita em uma outra vida, só nós dois?
Pode crer, que tudo vai dar certo.

;~

...

Mesmo após milhões de reticências... é você que eu amo.

P.S. Tomar um chá e ver a chuva escorrer sem pressa pela janela. Acho um pouco bom.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sonhe antes mesmo de adormecer.

Acredito que..

As oportunidades se apresentam para quem se abre pra vida.
Meio as cegas, meio as tontas, eu fui.

Sugestões para atravessar agosto

Para atravessar agosto é preciso, antes de tudo, paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah! Escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções-úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível: FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques – tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.

Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.

P.S. Nem é a vibe atual, mas eu sempre quis postar esse texto em agosto.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

...Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Com essa sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam baixas nos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar.

Tati Bernardi - Consideração

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Você tenta dar o seu melhor para as pessoas que gosta. Tenta se manter presente mesmo quando as circunstâncias te fazem ausente, tenta dar suporte, força, ouvidos, braços, abraços e o que mais precisarem de você. Tenta relevar os momentos de rispidez e as mágoas em potencial. Tá que as vezes, mesmo tentando tudo isso, o seu máximo não é o suficiente, é meio torto. O meu mesmo, é. Eu sei.

Ainda assim, eu me esforço pra dar o meu melhor. Sei que posso sumir por uns tempos mas, quando me faço presente, tento me fazer presente por inteiro. Pra mim isso é fácil: não sei ser pela metade, não sou feita de meios. Pra mim, atenção é dada de forma integral e dar carinho não é problema (excesso dele, talvez, quem sabe).

A qualquer sinal (ou mesmo por uma tentativa de omissão dos sinais) de que eu possa ajudar pelo menos um pouquinho, seja com um abraço, um conselho atravessado ou um seja-lá-o-que-for, é isso que eu vou fazer com todo o prazer do mundo. Porque é pra isso que eu to ali. E eu vou estar, mesmo. Pode me procurar, ou pode "se aproveitar" da minha presença. Esqueço todo o resto, esqueço até de mim. Faço o que for, dou um jeito. Muitas vezes eu apareço mirabolantemente só pra isso mesmo, pra ficar do lado. Pra não deixar a solidão esmagar. Até a nossa solidão as vezes precisa de um pouco de companhia (as vezes, eu sei). Não sei ser diferente, ser metade.

Enfim, tenho tentado ao máximo não criar muitas expectativas sobre nada e não me prender a conceito algum. Às vezes, apesar disso, a vida vai de viés. Já "acostumei". Não posso, aliás, esperar que sejam como eu.

Mas, deixa eu confessar que as vezes quando eu emito sinais (o que é complicado pra mim) e ninguém para um pouquinho pra prestar a atenção, eu me sinto sozinha em meio a tudo e todos? E que isso me chateia? Então. Confessei.

Aí me afasto. E não é por birra, porque to magoada, com raiva, julgando, conjecturado ou seja-lá-o-que-é-possível-se-fazer-em-momentos-assim... Não mesmo. Eu entendo que as pessoas não são como eu, apesar de nem sempre conseguir evitar expectativas. Fato é que, quando me sinto sozinha, até minha ausência é sem meios, é inteira. E sem sinais.

P.S. Desabafo total.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

I´m falling all over myself

Desabando sobre mim mesma, bem isso. O que eu faço agora? Que decisões eu tomo?
Têm lugares, coisas, pessoas, atitudes e situações que, apesar de todo o meu esforço contra e minha consideração/admiração, desgastam tudo a ponto de conseguir o que pareceria impossível: me fazer largar de mão. Tipo: tchau, esquece, me erra, não me importo mais. Hã? É, tipo foda-se mesmo. Ah, cansa, viu?
Fui tentar escrever sobre aquelas coisas sobre as quais eu ainda não consigo escrever. O resultado? Não escrevi absolutamente nada. Óbvio.
Um tanto quanto nervosa, ansiosa. Adoro sentir a vida pulsando e acontecendo latente, a mil por hora.
Sou errada, sou errante. Sempre na estrada, sempre distante. Vou errando enquanto o tempo me deixar. Vou errando enquanto o tempo me deixar passar.
Estremeço todas as vezes.

"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?"

Caio F. Abreu

É, mestre.. disse tudo mais uma vez.
As vezes eu te procuro no meio da noite e fico observando o teu sono (ou a tua insônia) sem que você perceba. A verdade é que eu fico me testando em silêncio e me embriago levemente de você, só pra saber até que ponto o telhado de vidro que eu fui obrigada a construir ainda é frágil. Não que interesse. Não que mude alguma coisa. Não que você pecise saber. Não que ninguém precise saber, é claro.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mel e girassóis

(...) E-quando-eu-me-apaixonei-não-passou-de-ilusão. Apertaram-se tanto um contra o outro, sem nenhuma intenção, só enlevo mesmo, que não perceberam a pista esvaziando, e de repente eram três, quase quatro da madrugada. O ônibus até o aeroporto saía às oito, o dela, às nove, o dele, e continuavam os dois no meio da pista, sem conseguir parar de dançar. Estavam tão perdidos no meio daquela fantasia sub-havaiana que já ia acabar. Ela era só uma moça querendo escrever um livro e ele era só um moço querendo morar num barco, mas se realimentando um do outro para. Para quê? Eles pareciam não ter a menor idéia.
O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele. Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando:
- O que foi, guria?
Ele gostava quando ela dizia:
- Sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você.
Ela gostava quando ele dizia:
- Gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo.
E de quando ele falava:
- Calma, você tá tensa, vem cá...
E a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo.
Como nas outras noites, ele a deixou na porta do bangalô 19, quase cinco da manhã, pela última vez. Mas diferente das outras noites, ela o convidou para entrar. Ele entrou. Tão áspero lá dentro, embora cinco estrelas, igual ao dele. Ele não sabia o que fazer, então ficou parado perto da porta enquanto ela abria a janela para que entrasse aquela brisa morna do mar. Ela parecia de repente muito segura.
- Coisas-assim-me-lembram-você.
Ele fechou os olhos, ela fechou os olhos. Ficaram rodando, olhos fechados. Muito tempo, rodando ali sem parar. Ele disse:
― Eu não vou me esquecer de você.
Ela disse:
― Nem eu.
Ele afastou-a um pouco, para vê-la melhor. Ela sacudiu os cabelos, olhou bem nos olhos dele. Uma espécie de embriaguez. Não só espécie, tanta vodca com abacaxi. A luz da lua entrava pela janela. Aquela brisa morna, que não teriam mais no dia seguinte. Tocou-a devagar no ombro nu moreno dourado sob o vestido decotado, e disse:
― Sabe, eu pensei tanto. Eu acho que.
Ela se voltou de repente. E disse:
― Eu também. Eu acho que.
Ficaram se olhando. Completamente dourados, olhos úmidos. Seria a brisa? Verão pleno solto lá fora. Bem perto dela, ele perguntou:
― O quê?
Ela disse:
― Sim.
Puxou-o pela cintura, ainda mais perto.

CFA
Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem.

CFA disse tudo.
"Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo."
"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

FLW

Hoje eu acordei com tanto sono que acho que ainda não acordei. E não é que nem ontem, que eu estava morrendo de sono por ter dormido as 3 da manhã e acordado as 7. Ontem era sono, daqueles que se resolve com uma boa xícara de café. Acho que o problema foi ter tomado café demais, enfim. Hoje eu to passando mal e minha mente decidiu não funcionar. Pra completar, a gastrite decidiu me pegar de jeito e eu to tentando não respirar muito fundo pra controlar ânsia de vomito. Enfim, são 08:45 e eu só consigo pensar: já posso ir pra casa?
Hoje é o dia do amigo e alguns amigos já apareceram pra desejar que meu dia seja lindo. Quero fazer o mesmo, mas primeiro eu preciso acordar. Justo hoje eu precisava estar assim? Sem versos? Sem poesia? Preciso trabalhar, ow. Mais um "feliz dia do amigo" chegou. Seus lindos.
Hoje tem a festa de lançamento da revista Wazap Mag. Tem matéria minha de novo. Que lindo. Já tirei TODO o guarda roupa do lugar a procura de alguma coisa pra vestir. Sim, eu tenho muitas coisas pra vestir, mas nada que faça eu me sentir bem ou combine com meu atual estado de espírito. Nem com o meu peso. Como faz pra emagrecer rápido e perder 6 quilos em 2 dias? Meu guarda roupas é mais magro que eu. Topo não comer, só não venha querendo me dizer pra voltar a malhar e correr agora. Desespero.
Desespero e dor de estômago. Vomitar seria uma boa? Tá, não. Acho que vou ficar gripada. Meu corpo dói desde ontem, eu to quente e com ondas de calafrios constantes. Tá. To esquisita. Era isso.