terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pra falar a verdade, eu continuo meio perdida. Meio engasgada, meio tonta, meio cega. Meio drogada, meio confusa. Meio não-era-nenhuma-dessas-palavras-que-eu-queria-usar. Enfim. Tenho me cuidado mais. Me afastado de (alguns) vícios, me alimentado melhor (ou seria apenas "me alimentado?"), emagrecido, tatuado, malhado, estudado. Comprei um violão e aprendi a usar batom (o que deixa minha mãe mais feliz). Tenho deixado as unhas compridas e pintadas. Tenho cuidado mais das roupas, da pele, do cabelo. Tenho lido mais, dormido menos, viajado mais. Tenho tentado organizar a mente, escrever, pesar, pensar, equilibrar. Tenho virado uma artista de circo: uma contorcionista, uma equilibrista. Tenho aprendido a não julgar e a não deixar que certas coisas apaguem meu sorriso. Tenho sorrido mesmo querendo chorar. Tenho aprendido a lidar com a falta, com as lembranças, com as mudanças. Aprendido a rimar, sem querer. Tenho conversado mais com o travesseiro e observado mais as pessoas. Tenho aprendido a aceitar que pessoas mudam, sem me chatear com isso. Tenho aprendido a aceitar com mais paciência quem se chateia quando quem muda sou eu. Tenho aprendido a lidar com certas coisas, a abrir mão de outras, a sustentar decisões, a confiar em uma força que grita dentro de mim (por mais que ninguém escute). Tenho aprendido a agradecer por tudo, ou simplesmente por existir. Tenho vivido o exercício de experimentar a totalidade de cada dia, um dia de cada vez: mesmo que não enxergue um propósito muito claro (ou, as vezes, totalmente escuro e embaçado) pra estar fazendo tudo que tenho feito. Pra que, pra quem? Cara, pra mim mesma, obrigada.

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