quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sempre me perguntei: Como o coração é capaz de aguar os olhos?
Que é só pra dizer. 

 Hoje eu me fiz dona do sol. Se é pra lutar que seja pra afastar toda a névoa e voltar a brilhar. Tirar a poeira, agulhar o mais animado dos LP's, beber endorfina no gargalo e mandar o que comprime o coração pra longe com uma voadeira dupla. Hoje eu não vou nublar, não vou mesmo.

Clássica.

terça-feira, 19 de novembro de 2013



<3
Fazendo jus ao nome.

Em dias nublados eu me pergunto por onde será que você anda. Sabe, não tem nada a ver com o sol, mas com essa gama de cinzas que me colore nesses dias. Eu que nem sei quem você é, mas acredito que talvez os nossos pés afundando a areia em um compasso desconhecido seriam capazes de iluminar um pouco as profundezas desse meu oceano. Eu fui muito fundo dessa vez, entende?

Só pra você eu conseguiria confessar que ultimamente eu tenho andado cambaleando pelas ruas. Acho que você nunca me viu andando e não sabe, mas tem várias pessoas que dizem que eu sempre andei de um jeito estranho. Bom, dessa vez é diferente e eu tenho um palpite de que você entenderia. Tu deves saber que pros lados de cá as calçadas já estão ficando ruidosas e efervescentes nesses dias de calor. Sabe, eu não tenho conseguido acompanhar a movimentação. Isso me chateia porque mesmo quando eu ando encolhendo os ombros ao máximo, não consigo evitar que as investidas roubem sempre um pouquinho do pouco sentido que eu ainda faço. Me chateia porque eu acabo deixando um pedacinho de mim em cada esbarrão que levo de um sem nome qualquer. Ouvir isso faria você me puxar pra mais perto com uma firmeza quase exagerada.

Eu diria que tenho me trancado a sete chaves com medo tremendo de um não sei o quê. Cara, eu tô apavorada. Pra você eu seria capaz até de dizer que eu tenho medo do escuro - se eu tivesse, claro.

Te contaria que hoje o meu corpo é mais franzino e mais frágil do que antigamente e que isso reflete o que tem acontecido aqui do lado de dentro. Tenho colecionado nós na garganta, silêncios, despropósitos e mergulhos em apneia. Esbarrões vazios e falta. E até alguns pesadelos e noites de insonia.

É que tem tanta coisa mudando e eu tenho me sentido meio assustada, meio desmotivada, meio cansada, meio sozinha. E eu não tenho conseguido deixar ninguém se aproximar e tampouco falar a respeito, mesmo com essa vontade latejando de que você apareça e me ofereça um abraço onde eu finalmente me sinta totalmente confortável de novo. Tenho o palpite de que o meu cabelo combina com o teu e que a tua vibe combina com a minha.

E você me abrigaria por alguns segundos no peito, porque me proteger seria a tua maior vontade naquele instante.

Você entenderia que mesmo com toda essa barulheira, é em contato com o silêncio que eu tenho me sentido mais confortável. O som da tua voz, entretanto, me surpreenderia e quem sabe até se tornaria o meu som preferido. Depois disso talvez quando eu me perguntasse se existe alguém que possa me ligar e me deixar feliz, a resposta seria finalmente um sim.

Eu sei bem que tudo isso vai passar, mas no meio desse turbilhão eu não consigo evitar a agonia de não fazer a mínima ideia de pra onde eu estou indo. É por isso que eu queria muito saber onde você está. Porque no meio dessa ressaca talvez exista alguma correnteza que me leve até você.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Tá, calma. Como assim?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

"Alguma vez você já terminou algum dos seus planos sem interromper outro? Ou você sempre foi meio assim… pela metade?"

Daniel Bovolento

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pendurada no cordão da insônia.
Please me.
Please, me.

Postal

Então vai,
se preciso for.

Dou mais um passo carregando o corpo que suplica:
leva na mala meu abraço.

Deixo-te com um sorriso discreto,
contenho a melancolia de meu traço.

Imagino um beijo doce,
fico apenas com o cansaço.

Vai,
mas não esqueça...

Envia-me um postal, uma lembrança,
um alivio qualquer a esse coração que não descansa.

Ah,
as eternas reticências da esperança que não cansa...

Nota mental: lembrar que até a bola rola pra frente. Quem dirá a vida.