segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Diz..

Chega e não pergunta como eu estou. Não pergunta o motivo, não me pede explicações, não queira saber. Não queira saber como estão as coisas, como elas estavam até ontem e como elas vão ficar amanhã. Não pergunta porque as vezes eu choro quando a noite chega. Só chega e não pergunta nada. Finge que não importa, que não te importa. Só me abraça, me pega no colo e diz que você acha graça pelo modo como as vezes eu ainda me pareço com uma criança boba, duvidando que tudo vai ficar bem. Ou não diz. Mas chega e fica do meu lado sem se importar com mais nada. Diz que não interessa como foi o meu dia ou, tampouco, por onde andei até chegar aqui. Diz que não liga pra quem eu sou, pro que eu faço. Diz que eu posso perder as explicações, a pose, o jeito, a memória, a compostura, a esperança e que não tem problema desde que eu não me perca. Diz que vai ficar tudo bem. Que vai ficar tudo bem e que eu já posso pegar no sono.

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