sexta-feira, 24 de abril de 2009

Capítulo 11

Aquela tarde foi só o começo. Nunca tinha estudado tanto. Não lembrava de época nenhuma, desses dois anos de faculdade, onde eu tivesse realmente cansado o meu cérebro por acúmulo avançado e crítico de informações técnicas. Eu gostava da sensação de aproveitamento neural, mas não sentia que aquela realidade permanente era pra mim. Um dos dois feriados já tinha passado e, conseqüentemente, metade das minhas provas também. A pior delas estava por vir e convoquei a “meu grupo de estudo” em um ato heróico - ou um lapso de insanidade - para passar o dia todo na faculdade estudando. Não lembrava que ele fazia algumas matérias pela manhã. Era uma terça feira e eu pude ver, entre um bocejo e outro, ele surgindo do outro lado do corredor. Como era possível eu não ter esquecido o efeito que aquele sorriso torto causava sob meus músculos? Pude sentir antes mesmo que ele nos visse ali. “Fazendo o que por aqui, meninas?” Ele parecia desocupado. “Estudando.. Pra variar.” Respondeu a garota do Oxford preto entre um riso e outro. Ele olhou pra mim e retrucou “Ah, muuuito obrigada por estudarem! O feriado foi muito bom!” Com aquele sorriso torto nos lábios. Ri sem conseguir sustentar o olhar e logo estávamos contando a ele sobre as provas que ainda restavam, a perspectiva nada otimista de nosso dia e comentando sobre a gincana do nosso curso que estava se aproximando; brincando e pedindo informações extra-oficiais já que ele estava na turma organizadora do evento. Nos despedimos, mas aquele dia ele não sairia de perto de nós; literalmente.

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