terça-feira, 24 de março de 2009

Capítulo 4

A porta do elevador se abriu e eu saí certa de que ele sairia atrás de mim - estávamos no último andar possível -. Falando em andar; andar até a minha sala - que era uma das últimas do longo corredor amarelo com plaquinhas azuis - era definitivamente um martírio. Não sei por que, com tantas salas possíveis na imensidão do campus I, eu vim parar justo aqui. "Esses corredores me lembram hospital" pensei. Acabara de tropeçar. Deus, por que eu sou tão desastrada, afinal? Estava começando a conhecer como ninguém aquela sensação de perder completamente a naturalidade ao sentir que aqueles olhos podiam estar me observando. Minha respiração com certeza estava audivelmente alterada e eu nada podia fazer. Sempre saía de meu controle. E foi assim, bruscamente que ele me arrancou de meus devaneios. "Bom, eu fico aqui." E se virou imediatamente em direção a porta de entrada da sala indicada - a primeira a direita ao sair do elevador -. "Ah, tá.. A minha é logo.. ali! Err, boa.. aula." O meu "boa aula" nada convincente ecoou pelos corredores com um segundo de atraso. Ele já se fora.

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