sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O que dói é o apego. O apego ao que nem aconteceu. O apego aos planos que fiz. As risadas que a gente não deu mesmo sabendo o quanto eu gostei de todas as que demos. As besteiras que não falamos, todas as vezes que não senti a tua respiração e pelas vezes que não tirei teu fôlego. Dói os carinhos que não fiz e a primeira vez que você nunca dormiu comigo. As situações da vida que a gente não dividiu. Os finais de semana que a gente não saiu. Dói cada pedaço da personalidade que eu não conheci. Os almoços que não fizemos e as cervejas que não tomamos. Os beijos de bom dia e boa noite, os beijos sem motivo que eu não pude dar, os roubados que não roubei e as viagens que não vamos fazer. Dói o grito que ficou entalado na garganta e dói a força que eu fiz pra não forçar ninguém a me querer. Foram tantos planos e foi aí que eu errei. Nem é de você que eu sinto falta afinal, porque você é, na verdade, um alguém que eu mal conheço. Um alguém que não sonhou meus sonhos. Meu apego dói, mas não vai doer pra sempre.

PS: Agora eu não consigo pensar em planejar nem o final de semana. Não sei se por medo ou o que. Sinto necessidade de banir expectativas da minha vida e acabo me afastando de tudo que me lembre do significado dessa palavra. Nem planos pro novo ano eu fiz. Preciso primeiro descobrir o que fazer com meus planos antigos pra ter espaço para alguns novos. Como, mesmo sem planos, a vida insiste em acontecer, deixa que ela aconteça. Não sei se tudo isso é bom ou ruim. Enfim... deixa estar.

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