domingo, 22 de março de 2009

Capítulo 2

Teria sido mais uma noite comum se eu não tivesse dado de cara com ele na porta do elevador. Que ironia! Nunca tinhamos nos encontrado por ali antes. Fiquei meio incerta quanto ao que fazer. Meus músculos contraíram, meu coração disparou e eu pude sentir minhas bochechas ruborizarem quase que instantaneamente. - Mantenha a naturalidade! Mantenha a naturalidade! Mantenha a naturalidade! - Pensei em vão. Podia sentir que agora meus passos eram mais lentos e travados. Estava acontecendo. Minha destreza desaparecera e eu me tornara novamente a garota mais desajeitada do mundo. Será que ele me reconheceria? Droga, eu sabia que não devia ter bebido tanto na noite anterior e muito menos devia ter fumado. Ele bem que poderia ter se assustado com o estado anti-social que me acomete quando me entorpeço nesse tipo de situação. Ele levantou a cabeça, abriu o mesmo sorriso torto da noite anterior e disse "ah, ooi!". Nessa altura eu já não tinha certeza se queria sumir ou estava feliz que ele tivesse se lembrado de mim. "Oi!" ai, puxa assunto rápido. "Nossa, eu nunca tinha visto você por aqui" graças a Deus, pensei. "É... e agora só porque nos encontramos ontem..." Eu sabia que as minhas palavras saíram estranhas e a conversa não teve nem de longe um tom de naturalidade. Estaria eu parecendo meio estérica? Pude sentir que tinha guspido involuntariamente ao pronunciar a última palavra. Que vergonha. Os dois riram e o elevador chegou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário