quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A meia luz ela pensa: existe alguma coisa que possa acabar com essa dor agora? E continua paralisada. Os olhos passeiam por dezenas de abas com informações vazias e repetitivas. A pele reclama de solidão, os músculos latejam de cansaço. A mente vagueia sem rumo, o peito dói. Será que existe qualquer coisa que acabe com essa dor agora? A coluna incomoda, o corpo não se encaixa na alma. As madrugadas sempre foram as horas mais difíceis. Sei que você sabe disso. A insônia tamborila com os dedos, desritmando o pulsar de um coração inquieto, desorientado. Já é demais para expressar. Penso em um chá. Sem chá. A penumbra revela uma realidade sem cor. Sem cor. Incolor, insana, sem sentido. Sem jamais ter tido. Sido. Estática, apática. Já é demais. Já é acelerado demais, lento demais, descompassado demais, profundo demais, viceral demais, doloroso demais, vazio demais. Demais. Dê-me mais. Mais nada. De nada. Não é nada demais.

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