segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Já amei velado, baixinho, rasgando as cordas vocais por deixar ar demais entrar ao invés de deixar a voz sair. Amei num canto, abaixado, olhar baixo e com tanta tristeza no peito que nem dava pra saber que eu amava. 
Já amei aos gritos, aos berros, do alto e sem usar elevador. Era amor de Bungee Jump mesmo. Com o dedo na tomada e sem usar calçado. Sem roupas, sem óculos escuros ou creme anti-rugas. Amei de cara lavada.
Amei de bater com o queixo no meio fio e levar uns pontos num pronto socorro de madrugada. Amei de bater queixo em noite fria esperando companhia num banco qualquer. 
Amei com sede, com sono, com tudo doendo, mas sem vontade de ir pra casa. 
Já amei até fantasma que eu pensava que era alguém que eu conhecia e no final nem tava ali, nem em espírito. Já amei um quarto vazio, um pouco de solidão e café pra dois, pra beber sozinho."

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