sexta-feira, 14 de junho de 2013

#SP

Particularmente, eu defendo e acredito na bandeira da coletividade. Coletividade em todas as instâncias. Acredito de verdade que a união faz a força. Assim como acredito que nossos ideais e crenças devem ser aplicados em toda e qualquer dinâmica de nossas vidas, da mais simples a mais complexa. Se não for assim, bom, daí não acho que tais ideias e crenças existam em nós de fato.

Moro atualmente com duas amigas. Aqui em casa, praticamos a coletividade como filosofia de vida. Quem pode, limpa a casa. Quem pode, busca as contas, faz os cálculos, coleta o dinheiro e faz o pagamento. Quem pode, leva o lixo para baixo. Quem pode, lava a louça que estiver na pia. Quem pode, faz as compras. Quem pode, lava as roupas que estiverem no cesto e, quem pode, as estende. São atitudes simples que nos fortalecem. Intensificam nossos laços "familiares" e fazem a nossa rotina mais leve. Aqui, procuramos pensar em um bem estar coletivo, mais que num amontoado de tarefas e pesos individuais.

Hoje vi a repercussão do que aconteceu em São Paulo. Uma marcha pacífica que revindicava por nossos direitos enquanto cidadãos e que foi covardemente atacada pela polícia em um ato visível de histeria e desespero. Tal desespero só fortaleceu minha teoria de que o coletivo tem muito mais poder do que imagina. Apesar da situação verdadeiramente lastimável, senti orgulho de ver as pessoas tomadas por uma onda de senso de coletividade. Moradores de outras cidades articulando novos protestos pacíficos em prol de nossa dignidade, de nossa voz. Pessoas do Brasil e do mundo compartilhando informações, discutindo e mantendo viva a chama da verdade frente a sociedade. A voz do coletivo tem o poder de, inclusive, ofuscar a tentativa de dominação mental dos pateticamente manipulados veículos de comunicação massiva.

Àqueles que ainda não compreendem a magnitude do poder da coletividade, eu desejo o agir do tempo e da evolução. Lastimável ver algumas pessoas levantando a bandeira do egoísmo frente aos fatos. Li coisas como "Agora quem nunca andou de ônibus resolveu protestar. Modinha." Desejo que esses entendam que, quando cada indivíduo de fato se sentir e se portar como parte do poderosíssimo coletivo que somos, nossa sociedade se tornará invencível e pelo menos metade dos problemas sociais estarão resolvidos. Quando cada indivíduo enxergar o quanto o seu apoio e a sua voz é valiosa dentro do coletivo, ficará ultrapassada a ideia de que só há fundamento em levantar uma bandeira, um cartaz, uma rosa, um-sei-lá-o-quê pelas causas que afetam diretamente o seu próprio nariz, seu círculo social, seu estilo de vida e sua restrita realidade.

Pensar e agir em coletivo nos fortalece, aumenta nossa voz, nos devolve a dignidade, a expressão e o poder de escolha que insistem em nos tirar. Uma sociedade forte é uma sociedade que pensa em coletivo. Uma sociedade que se manifesta em coletivo. Levamos o protesto pacífico feito em São Paulo para o mundo inteiro. Uma onda que invadiu diversos veículos da imprensa mundial. Não há de ser um governo internalista, uma polícia histérica ou qualquer outra entidade que irá calar a voz do coletivo se ela não se calar e se dissipar por si só, novamente entretida com o espetáculo do velho e ultrapassado pão e circo. Se a paz é verdadeiramente o caminho, eu desejo que cada um de nós continue gritando a plenos pulmões pelo bem, porque unidos, meu irmão, nós somos invencíveis. Nós somos  poderosos. Nós somos incaláveis.

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