quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

#let's road

Radiante e com essa minha alma de viajante, devo dizer que voltei para casa muito mais feliz. Nova, de novo. Re-entendi que meu lar tem nome e endereço certo: Brunna de Carvalho Zurlo, coordenadas mutáveis. E tá aí, achei mágico.


Posso afirmar sem medos, culpas ou pesos adicionais que saí sem saber o que buscar. Descobri em movimento que tudo estava bem aqui, dentro de mim, e que as minhas belezuras de ser eu posso carregar para onde for.



Agora eu entendo quando dizem que compartilhar é potencializar, é ir além. Entendo que detalhes fazem toda a diferença aos olhos de quem sabe enxergar as belezas que é e do que há por vir. Simples assim.

Agora eu entendo a loucura de São Paulo e percebo que ela se encaixa feito all star surrado nos meus pés.

Reafirmei minha fé no universo e nas pessoas. Grito mesmo, assim, meio louca, que o universo é abundante e as pessoas são lindas. São mesmo.

Comprovei que o tempo realmente não existe e não faz sentindo algum. Uma semana pode ser muito mais que três anos inteiros.

Eu conheci lugares incríveis e morri de vontade de conhecer mais algumas dezenas de milhares. Gosto bom de quero mais e sempre mais. Passei a ver as coisas com outros olhos. Vivi momentos inesquecíveis, encontros indescritíveis, espelhos construtivos e me deliciei com conversas que caíram como luvas pras minhas mãos até então ainda meio trêmulas. Tremi, aliás, de vertigem com uma saudade agridoce.

Compartilhei experiências e tomei chá(s). Fui a visitante número 32 de numerologia 5 do coletivo orgânico de práticas multiculturais que conheci e me encantei por projetos e práticas ecosustentáveis. Me encantei de novo pelo conhecimento, pela troca, pelo conhecer e experimentar. Acendi velas para dormir, incensos para perfumar. Aprendi a apreciar o sabor do gengibre, da noz moscada e do alecrim. Andei por limo como se fosse tapete e aprendi a fazer um prato de shitake. Meditei sozinha de frente pro bosque. Resignifiquei fantasmas que agora não me assombram mais. Voltei a sentir prazer em cuidar de mim e curtir minha própria companhia. Aprendi que "obrigada" possui uma carga negativa e que "gratidão" é uma palavra muito melhor e mais bonita. Me senti grata por estar viva, intensa, conectada, pulsando. Reencontrei o sol, senti falta do lobo e entendi que certas coisas não mudam nunca. Contemplei a lua e percebi que nunca vou cansar das minhas alusões lunáticas e/ou lunares. Descobri que água com cristais é uma verdadeira alquimia, que banana fica incrível com cereais e mel e que manga é muito melhor quando comida com as mãos, sem medo de se sujar. Decidi renovar minha bancada de temperos e pegar leve no café porque não me faz bem.



Retomei minha ligação com gaia e agora vivo deitada pelo chão. Lembrei da delícia de ser pisciana e senti saudade da praia. Dancei como se não houvesse amanhã porque "É isso que o Brasil tem para oferecer, com o apoio do Governo do Estado de São Paulo." Me apaixonei perdidamente pela Vila Mariana e pelas Carolinas. Vivi uma realidade paralela, me perdi no tempo, me deliciei, me permiti. Batizei o Banheiro Jah, perdi o fôlego com a batida, acelerei o coração, entrei em transe. Me surpreendi. Deixei Minas para uma próxima vez. Gamei na onda "do it yourself", voltei cheia de ideias e com a visão perfeita de como vai ser o meu canto.


Fui na Feira Benedito Calixto, no show do Funk Como Le Gusta, turistei pela carinhosamente apelidada Marecha, tomei cerveja gelada de boteco, ganhei martinis do barman e pulseira de camarote porque meu salto era lindo. Dei rolês de metrô, comi o tal do Gendai ruim, tomei Starbucks, contemplei a magia nonstop da Av. Paulista e da Anchieta com outros olhos. Ri muito na Bubu Lounge e conheci o Veracidade, o Fora do Eixo, a Rádio Ufscar, a Arca e outros projetos de São Carlos. Comi o melhor queijo quente da vida, ou melhor, os dois melhores, seguidos. Gamei no Calvin, no Nilo, na Olívia e no Otto, os cachorros mais "gente" que eu já conheci. Suei no sambafunk de domingo e montei uma banda. Bati fotos do que me encantou e me encantei por coisas que eram simplesmente impossíveis de serem registradas através de uma lente. Voltei a pensar no mestrado e ouvi declarações de afeto que me surpreenderam muito. Ouvi muito, aliás.


Cheguei querendo uma praia. Querendo conhecer o templo krishna de Itajaí, querendo baixar o álbum novo do B Negão, voltar ao Montecrista, conhecer o Instituto Xamânico Porto União da Vitória, São Tomé das Letras, BH, Bonito e a Ecovila Tauista em Itamonte. Querendo descobrir o nome daquela cabana linda lá de não me lembro onde. Voltei com uma amigdalite que até agora não me deu dor ou febre. Voltei querendo voltar. Pra cá e pra lá.

Foi o melhor presente que eu poderia ter me dado. Agora que venha o dia 08, que venham os 23 anos. Eu já to comemorando faz tempo.

São Bernardo do Campo / São Carlos / São Paulo - 19/02 a 28/02

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