segunda-feira, 18 de junho de 2012

#Real

Será que algum dia tudo vai parecer realidade? É que “tudo” já é tanto. É tanto amor. É uma casa, móveis, talheres, dúzias de copos quebrados, uma tv. É um guarda-roupas, um secador de cabelos, uma só cama. São as rosas na escada e as chaves em cima da mesa. É acordar todos os dias do teu lado e te ver fazendo caretas pro barulho do despertador. É te encontrar pro almoço já planejando o jantar. É me servir de bandeja, de sobremesa, de corpo, de alma e de coração. É desejar um filho com os teus olhos. É comprar uma torneira nova no sábado de manhã e passar o domingo inteiro na cama mesmo que a casa inteira esteja um caos. É não ter hora pra tirar o pijama. É te pedir um chá. É abrir os olhos e te ver ali, ao alcance das minhas mãos. É tocar teu corpo inteiro, beijar teu pescoço e te ver sorrir antes de abrir esses teus olhos preguiçosos. É ser o motivo do teu sorriso. É ficar perdida nas tuas linhas e paralisada com a tua beleza. É nunca me acostumar com o arrepio paralisante que me causa a tua presença. É o teu cheiro já na porta de entrada. É a tua voz do outro lado do interfone. O teu grito arranhado no microfone ou o teu sussurro no pé do meu ouvido. São os livros, os planos, as alianças, o noivado, o compromisso. É o nosso plano secreto de casamento. É pegar no teu pé pelo papel higiênico e esquecer de apagar a luz da sala todas as noites. É a cortina jogada numa sacola dentro do armário. É a parede coral que você insiste em dizer que é laranja. É a geladeira natureba e o freezer com carnes demais. É o abraço sem motivo e as gargalhadas de doer a barriga. É ter um apartamento com a nossa cara, com a nossa energia. É te ter na minha vida. É te respirar. São as palhaçadas diárias e a nossa falta de vergonha alheia. É a ida na farmácia no meio da noite, o dvd do Led, a temporada de New Girl que acaba antes da hora, o documentário do Foo Fighters. É o número absurdo de mensagens tuas no meu celular. É a viagem pra Praia do Rosa que a gente ainda não fez. E todas as viagens que a gente ainda vai fazer. É o exercício diário de ser transparente. É contar os medos, contar o dia, contar os sonhos, contar as saudades. São os amigos teus, os amigos meus, os amigos nossos. É o dia a dia que nunca vira rotina. São as dúvidas, os ciúmes, as inseguranças. É a falta que faz um cartão de crédito. São as brigas, as dificuldades, os erros, os remorsos, as frustrações, as conversas, os perdões, as lágrimas, o carinho, o bem-querer. São as frases ditas ao mesmo tempo e os esbarrões na cozinha estreita. É perder o fôlego subindo as escadas. É esquecer que respirar é necessário durante um beijo. É tanto que já nem dá pra descrever. É a vontade de crescer contigo, porque vale a pena ser um pouco melhor a cada dia pra te fazer cada dia um pouco mais feliz. É a vontade de nunca te perder, nem por um segundo. É o beijo de boa noite e a inquietude de desejar o teu amor no dia seguinte. É sussurrar um “bom dia” no teu ouvido antes do trabalho e sorrir ao ouvir um “eu te amo” como resposta.

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