quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sem luz

- Vou passar a tarde em Itapuã.
- Nossa, cara. Mas Itapuã é longe pra cacete e você vai ter que pegar a BR de moto com todo esse frio. Tá frio mesmo na rua, não to de brincadeira. Tu sabe que eu sou resistente pra essas coisas. Não sou que nem a galera daqui que dá qualquer ventinho e já tá vestindo outro casaco. Olha que já não é mais tão cedo e se não esquentou até agora só tende a piorar. Você ia chegar lá só lá pelas três horas da tarde e logo ia anoitecer. Fica mais frio ainda a noite e tu nem vai conseguir aproveitar o lugar. Eu, se fosse você, deixava essa ideia de lado. Tem tanto lugar bacana aqui pertinho e eu podia até ir junto. Podia pegar o carro porque acho que tu vai é congelar com essa tua jaqueta. Já não mandei comprar uma jaqueta decente? Tá que jaqueta nenhuma seria boa o suficiente nesse frio todo, né? Eu também não tenho jaquetas quentes pra um dia frio como hoje. Imagina pegar a moto e...
- Eu nunca fui pra Itapuã.
- Ah, mas tu não perde nada. Sério. Não é tão bonito e se o dia tiver assim meio nublado e meio frio tu vai achar tudo meio sem graça. Não vai conseguir ver nem a beleza do lugar, ou, pensando bem, a pouca beleza que tem por lá. Têm uns cachorros largados pelas calçadas e da última vez que eu fui eu vi até um daqueles..
- Tá, depois você me conta. Tô indo passar essa tarde em Itapuã.
- Pra quê?
- Pra ver o sol que arde em Itapuã. Tô precisando de luz nessa vida.

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