quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ela chegou atrasada. Bronzeada de sol, incontáveis tatuagens a mostra, dreads presos, cara de calor, pressa e poucos amigos - tudo misturado. Eu, que conversava com três amigos distraída, olhei de relance e pensei: esquisita.

Com a sala de aula cheia como de costume, sentou na primeira cadeira vaga que encontrou - e que, por sinal, era bem longe da minha. Não percebi a sua presença até a chamada. Passadas as infinidades de "A's" e os dois ou três "B's" que me antecediam, meu nome chegou e, bom, foi ela quem respondeu. Nossos olhos se cruzaram surpresos e "Ótimo; era só o que me faltava mesmo." pensei. Dei um sorriso simpático pra não ficar chato e perguntei a professora:
- Qual?!
Ela respondeu e não era eu. Acho que era a primeira terça-feira do semestre e eu nunca tinha visto aquela garota antes. E essa, foi a primeira vez das muitas que nos encontramos.

Durante os próximos dias da semana, eu percebi que a presença dela - ou melhor, o nome dela, que me confundia na chamada - me tirava da zona de conforto. Passei a procurar por ela todas noites. Com isso, passei também a sorrir cada vez que eu a encontrava. Era isso e foi isso por um bom tempo.
(...)

Encontrei nos arquivos e nem lembrava mais que existia.

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