sexta-feira, 25 de março de 2011

Eu cheguei no meu posto cativo. Meus livros, meus cadernos, agendas, canetas demais, lápis roídos e minha bagunça. Minha cadeira azul com descascados nos braços e a altura regulada sob medida pra alguém do meu tamanho mediano.
Eu suspeito que tudo aqui seja tão meu que tenha até meu cheiro, o meu jeito. Os meus cds jogados embaixo do monitor, misturados aos blocos amarelos de post-its, um amontoado de cabos e minha xícara mal lavada de café. As gavetas amarrotadas de papéis, papeletes, papeizinhos, pedaços de papel, rabiscos, versos, impressos, rascunhos, layouts, raciocínios pela metade, folhas de pagamento, frutas e bolachas integrais; tudo misturado como eu.
O meu calendário tem até o dia 24 de março riscado. Eu que risquei, ontem mesmo. E ainda escrevi um recado otimista no dia 25: “Ô, sexta lindja!”. Apesar de ser sexta, meu posto continua tendo um jornal do dia jogado em cima do dicionário imenso e um telefone escondido atrás do meu monitor. Não sei porque ele fica ali, aliás. Sempre que eu preciso dele, a sua localização estratégica (nem tão estratégica assim) me atrapalha.
Engraçado é que nem faz tanto tempo que eu vim aqui pela primeira vez e já me adonei de tudo, tudinho. Peguei tudo pra mim: quem senta do meu lado, do outro lado, atrás, na outra sala.. Tudo meu. Meu chefe, meu colega, minha amiga. Me adonei até do lugar. É a minha agência, afinal.

Eu gosto daqui e dessa minha velha mania de escrever sobre absolutamente nada.

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