segunda-feira, 14 de março de 2011

Comer não seria tão complicado se nossa vontade não fosse seletiva. Se comer alface apetecesse tanto quanto uma tigela de brigadeiro bem preto com aqueles queimadinhos de panela por cima ah; seria tudo tão mais tranquilo.
Se qualquer alimento despertasse aquela sensação de ansiedade e fizesse salivar como uma pizza com queijo derretido, tomates secos, rúcula, orégano e.. Que fácil.
E, se a vida fosse assim em todos os aspectos, nossa. Melhor ainda. Imagine ficar igualmente feliz ao falar com qualquer pessoa, sem sentir falta de uma ou meia dúzia em especial. Ou de não sentir diferença nenhuma entre dormir e trabalhar; se escrever redações publicitárias fosse exatamente como escrever minhas crônicas e devaneios mirabolantes pra esse lindo blog desconhecido na estratosfera terrestre (agora com 7 cm de deslocamento depois do terremoto no Japão).. tudo bom igual.
Acho que todo mundo ia ser meio besta, ia rir a toa. Ou talvez a vida, no final das contas, nem tivesse graça, todo mundo ficaria entediado com tanta facilidade e teria crises, tristezas, falta de vontade e vontade de sentir vontade. Porque a palavra "vontade" perderia o sentido, né?
Eu queria que as vontades não fossem seletivas. Ou que, pelo menos, fossem seletivas como vontades que só me dão vontade do que eu tenho vontade de sentir vontade. Será que deu pra entender?

Mas, quem disse, né?

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