sábado, 20 de fevereiro de 2010

Poxa, eu posso provar! Tá escrito ali no post anterior que eu pedi pra não ser de novo. Sabe, ela apareceu num final de festa e mudou a minha vida. Naquele dia eu sabia que alguma coisa não tava certa - e mal sabia eu o quanto tudo aquilo ainda renderia. A verdade é que agora eu queria muito conversar, falar tudo, desde o começo.. sem me importar se to sendo demasiadamente longa e detalhista, chata, infantil, confusa ou seja lá o que for. Queria muito conversar com alguém que quisesse muito ouvir - mas desconfio que esse alguém não exista. Se alguém fosse me ouvir, seria por consideração e não porque realmente interessa. Enfim.
Ela apareceu e por ironia da vida eu achei ela parecida com a pessoa pela qual eu era loucamente apaixonada. A noite acabou, bom, com ela ficando com a pessoa que eu era loucamente apaixonada - e eu acabei chorando; e muito. A gente muitas vezes não entende o que a vida tá fazendo. Eu realmente não entendia. Não entendia que eu precisava daquilo e que era o único jeito de me fazer dar um basta naquela história que já tava ficando longa demais, complicada demais, que me fazia sofrer demais e que, pra não dizer que era tudo demais, não tinha futuro nenhum.
Foram dois dias que eu não gosto nem de lembrar; e as próximas duas semanas, não foram muito melhores. Parecia que não ia passar nunca. Meus olhos doíam, meu coração doía e meu orgulho doía, muito! Como podia a pessoa que eu gostava tanto, que faria de tudo simplesmente não me querer assim? Curtir com aquela menina me tendo ali do lado?
Doeu, mas era preciso. Hoje eu passaria por tudo de novo se fosse necessário pra sair daquela encrenca. Não que a pessoa pela qual eu era loucamente apaixonada não fosse incrível, aliás, ela continua sendo, mas bom, tinha rolos incríveis, confusões incríveis e um amor incrível pela ex namorada. (E pelo que eu vejo, nada mudou desde então.)
Bom, eu nunca tinha visto aquela menina antes. Nem ela e nem a amiga dela - que logo veio a se tornar minha grande amiga também. As coisas estavam difíceis, o tempo se arrastava, a vida parecia sem sentido e eu apenas seguia em frente na esperança de dias melhores. A amiga dela acabou se tornando minha confidente, meu ombro amigo e, bom, enquanto ela ficava com a pessoa que eu era loucamente apaixonada, a amiga dela se apaixonou por mim.
Era só o começo. Eu e aquela menina nunca nos víamos, nunca nos cruzávamos, apesar de ter dois fortes elos em comum. Ninguém estava plenamente confortável com a situação.
Os dois não duraram muito. Eu cheguei pensar em rezar pra que ela não prestasse e fizesse a pessoa que me machucou sofrer. Ironia. Enfim, foi depois do término que nós começamos a conviver. Uma cervejada na casa da amiga em comum, um bar aqui, outro ali e o final de semana em que nós fomos pra praia comemorar o aniversário dessa nossa amiga.
Eu já sentia, mas escondia até de mim mesma, que aquela menina tinha poder sobre mim. Sabia que aquela menina me fascinava e me cativava. O caminho pra praia foi só risadas e histórias. Era impossível parar de falar, nem mesmo por um segundo. Acho que ninguém mais no carro conseguiu conversar decentemente durante as horas de viagem.
Não lembro de ter visto sorrisos tão sinceros em nossos rostos como naquele dia. Sei que é só olhar as fotos e perceber as expressões das quatro - eu, uma grande amiga minha que sempre esteve presente durante tudo o que aconteceu, ela e a nossa amiga em comum.
Eu me sentia tão parte de tudo aquilo e o que era vazio na minha vida agora estava preenchido. Aquele clima me fazia feliz, genuinamente. Elas eram incríveis e me faziam feliz.
Não sei ao certo porque transpareceu, mas acho que dá pra sentir essas coisas no ar. Em um momento sozinha com a minha amiga, ela questionou se era apenas uma impressão ou se realmente eu era, de alguma forma, interessada nela. Minha amiga, que me conhece muuuito bem, não mentiu. O circo tava armado. Minha amiga fez questão de, ao me contar a conversa, contar também que era recíproco e que ela sabia que não podia. É completamente errado sentir qualquer coisa pela pessoa que sua grande amiga gosta.
Em momento nenhum ficávamos sozinhas. Era interessante perceber como tudo procedia na casa de praia. Havia mais de 15 pessoas na casa. Nós 4 éramos uma galera a parte, inseparáveis. Curtimos o dia todo juntas e, ao cair da noite, decidimos ir a praia. No caminho encontramos uma menina e dois garotos que a pouco tinham saído de casa pra tocar violão na praia. Naquele clima não era difícil fazer amizades. Cantamos e tocamos violão todos juntos na areia. Não demorou para que acontecesse o que eu já esperava que fosse acontecer. Eu e a aniversariante nos distanciamos um pouco mais das demais pra conversar e eu mais uma vez expliquei que realmente era só amizade e que não dava pra esperar outra coisa de mim. Sentimentos esclarecidos e clima pesado. Todas estavam absortas em pensamentos. A cabeça de cada uma de nós voava em direção ao infinito e a minha vontade era entrar no mar.
Os 3 nativos que nos acompanharam certamente não entenderam nada, mas foram ótimas companhias e, com a garota, falo até hoje. Sei que ela voltou o caminha todo conversando com a menina que, inegavelmente, me virava do avesso enquanto eu vinha bem mais atrás, em silêncio fazendo companhia a aniversariante.
Ao chegarmos em casa, a festa continuava animada e os convidados não entendiam muito bem o fato de a aniversariante ter passado tanto tempo fora, o que, honestamente, não nos importava. A festa era de nós 4, e mais ninguém. Acho que foi por isso que eu subi para o segundo andar da casa, sentei no telhado acompanhada por meus pensamentos e o silêncio da minha fiel escudeira e amiga e pude ver as outras duas meninas conversando sobre o que tinha acabado de acontecer.
Novamente ninguém estava muito confortável e tudo já havia mudado. O único momento que me lembro de ter ficado sozinha com ela foi, alguns minutos depois, quando ela apareceu no telhado e, contemplando o horizonte fixamente, me disse que não fazia ideia do quanto a amiga dela gostava de mim, mas que a verdade é sempre o melhor. Concordei, mas não sabia o que responder. Me sentia mal, angustiada e lutava contra a vontade de chegar mais perto, abraçar e roubar ela pra mim.
Passado o tempo necessário, todas nós voltamos a festa. Algumas pessoas de outra cidade haviam chegado e, uma das meninas, que hoje sei o quanto é lindíssima por dentro e por fora, sentou ao meu lado e conversou comigo, deliberadamente intencionada, por alguns minutos. Cantamos um pouco, rimos um pouco e eu decidi que já era hora de sair dali. Não sabia como me dominar.
Dormimos as 4 juntas em uma cama de casal. Ela em uma ponta, a aniversariante ao lado, eu e minha amiga na outra. Dormi basicamente em cima da minha amiga; por não ter espaço e pra fugir dos carinhos que vinham do outro lado e, que eu sabia, que não eram inteiramente por amizade. Ainda com a cabeça a mil e acompanhada pela magrela que estava deitada na ponta oposta da cama e que eu desejava que estivesse ao meu lado, fiquei falando besteiras por horas. Não sei qual das duas estava pior e escuto comentários e risadas sobre esse fato até hoje. Demorei pra adormecer e conforto ali não existia. Dormi por cerca de 3 horas - mal dormidas - e que me pareciam umas 12.
Todas levantaram juntas. O dia seguinte era tenso. Ela não chegava perto de mim em momento nenhum, desviava o olhar, os assuntos e as palavras. Desviava tudo. Tudo bem, eu não pretendia fazer absolutamente nada com todas aquelas informações. Tive ela perto de mim em apenas um momento, enquanto estavamos estiradas na cama, conversando sobre nada e os meus dedos deslizavam nos cabelos dela - que estava deitada com a cabeça nas minhas pernas. Suponho que esse momento durou cerca de 3 minutos, até que as meninas voltaram ao quarto e logo ela levantou.
Eu, que estava ainda mais absorta em pensamentos, era um espelho daquela tarde cinzenta e chuvosa. Não via escolha, não via um caminho. Não sentia vontade de fazer nada a não ser ficar sentada na sacada contemplando o movimento e pensando. O que não era possível, obviamente.
Como a tarde era chuvosa, fomos até a casa dos amigos das meninas que tinham ido a festa na noite anterior. A menina que havia sentado ao meu lado, dessa vez, ficou distante o tempo inteiro e eu não conseguia tirar os olhos da garota que me tirava o sossego.
A viagem de volta foi diferente da de ida. Apesar de estarmos novamente uma ao lado da outra, nossa distância era notável. A noite já havia caído a tempos, o motorista do carro estava lamentavelmente bêbado, o sono corroía nossos ossos - fruto da noite anterior passada basicamente em claro - e ela preferia deitar com a cabeça encostada no vidro a encostar qualquer centímetro que fosse no meu corpo. Eu tentava desviar a atenção para a menina que dormia deliberadamente estirada em meu colo, mas cada centímetro do meu corpo queria encontrar um motivo pra tocar a pele dela.
Eu não queria me despedir. Nós não tínhamos contato e eu não sabia quando a veria de novo. O que, de fato, não demorou. No final de semana seguinte, nós 3 combinamos de ir a uma festa. Final de semana sem sair é algo raro. Sempre há uma programação.
Ela estava linda. Rimos, bebemos um pouco, dançamos um pouco e, em certa hora, lá estava a aniversariante da semana anterior beijando uma menina. Lembro da nossa cara de felicidade! Isso facilitaria tudo - eu pensei. Não lembro ao certo como foi, lembro melhor do coração disparando incontrolável mente. Quando dei por mim, em um momento furtivo, lá estava aquela garota dançando comigo exageradamente de perto e tocando minha pele. Foi quase hipnótico. Não sei como consegui não beijar aquela menina ali, naquele momento. Lembro do cheiro, do toque e do calor do corpo dela. Lembro do turbilhão de pensamentos e do extâse de saber que o que eu sentia, de alguma forma era correspondido e, pelo visto, parecia igualmente incontrolável pra ela. Nunca tinha vivido nada assim. Acho que aquele momento durou uns 15 segundos e se transformou em um abraço e um sussurro ao pé do ouvido me dizendo que não podíamos fazer aquilo pra não machucar a nossa amiga. Eu concordava, maldição, realmente não podíamos.
Como nossa amiga estava distraída, cada distração virava uma oportunidade de chegar perto, tocar, fazer carinho, beijar o rosto e conversar pelo olhar. Eu me sentia em transe. A partir dali eu desejei aquela menina ainda mais. Não quero sr mal interpretada. Ela é cativante; tem um jeito tão dela de fazer tudo que não tem como explicar, mas nunca tinha visto ela sendo carinhosa, bem pelo contrário. Estavamos sempre fazendo brincadeiras, provocações e pequenas grosserias falsas uma com a outra. Eu desejei demais que todos os lados dela que eu estava conhecendo, se envolvessem cada vez mais comigo. Nem sabia como podia desejar tanto assim, mas sabia que aquela festa tinha revelado coisas demais, coisas que já não conseguiríamos mais esconder e, que, também não saberíamos como lidar em vista das circunstâncias.
Não estava errada. Contatos trocados, no dia seguinte ela já era um contato do meu MSN e do meu celular. Quando conversamos virtualmente, chegamos a conclusão de que era preciso deixar estar, uma vez que, na verdade, não faziamos a mínima ideia do que fazer efetivamente. A boa e velha desculpa para dar tempo ao tempo e não sair do lugar.
Na mesma semana, dois dias depois, as duas foram até minha faculdade fazer uma visita. Que situação estranha. Estavamos nós lá, junto com uma amiga, que por sinal trabalha comigo, um amigo e a pessoa que até então eu tinha sido loucamente apaixonada. Já nem sabia mais o que sentia por ela, como era possível? Sei que já não doía como antes. Ao final da minha aula, decidimos ir até a casa da menina que tinha feito a festa de aniversário para tomar algumas cervejas. Eu ainda bebia na época. Fomos todos, menos a pessoa pela qual eu tinha sido apaixonada; essa foi ver a ex namorada naquela noite.
(...)


P.S. Eu vou dormir! Amanhã é um novo dia e talvez eu revise/continue.
P.P.S. Me sinto quase como em Moulin Rouge. Aquela necessidade de desvanecer em frente a tela e escrever com detalhes a história de "amor".
P.P.P.S Boa noite!

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