Ah, as vezes dá uma saudaaaaaaade..

" Não deixo, não deixo mesmo. Com o amor, tem que se ter cuidado. Chega um instante em que se pode perdê-lo, aí, não há como retomá-lo. E naquele domingo foi assim. Sol, céu azul, eu e ela, num passeio carinhoso pelo parque.

Sua vontade de tomar um sorvete me fez mais que rapidamente sair em direção ao sorveteiro. Se quer um conselho, aí vai: amor precisa de atenção, deve ser regado, para que cresça tal qual a mais linda flor. Deixei-a ali, a olhar para os lados, a ver pombas pousarem e subirem, deliciando-se em andar pelo meio delas. Umas, ela tentava até pegar. Linda!!!! Foi só pedir o sorvete (lembro me muito bem, era de limão, ela adorava limão) e esperar o troco, para que alguém se aproximasse.

Eu sei que ela era linda. Alguns até insistiam em dizer-me isso diretamente. Não posso negar que em várias vezes senti orgulho. Em outras tantas, insegurança. Mas o que mais me incomodava era o fato de toda vez que ela estava só, sempre vinha alguém com aqueles sorriso e voz melosos. Mais uma vez estava acontecendo aquilo...num domingo ensolarado.

Com os sorvetes na mão, saí com meus passos firmes, determinados. Não deixo, não deixo mesmo. Com o amor tem que se ter cuidado. Chegando lá, peguei-a pela mão. Coloquei-a no colo e disse em tom de reprimenda “Minha filha, quantas vezes mandei não conversar com estranhos?”. Ela tentou argumentar, com sua voz infantilmente doce “Mas ela era amiga, mamãe...” Nem quis escutar... "

Waltinho.